quarta-feira, agosto 30, 2006

A Verdadeira História De... Superman - Parte I

Bem, depois do sucesso do meu anterior trabalho de investigação sobre a vida do Superman, decidi aprofundar um pouco mais o meu conhecimento do tema. E cheguei a uma conclusão curiosa - assim como se diz que a Bíblia é uma visão romanceada da vida de Cristo, também as histórias que nos contam sobre este super-herói (conhecidas colectivamente como o "Relato") não são completamente verdade.

Assim, e após um apurado esforço de investigação, onde não deixei nenhuma pedra por virar, por muitos lagartos que pudessem sair de debaixo das mesmas, e mesmo sabendo que irá muita gente por esse mundo fora dizer-me "Cala-te!", venho, finalmente, revelar a Verdade por detrás do Mito. Deixo desde já o agradecimento à Imaginação e à Inspiração pela sua ajuda nesta investigação.

Resta-me dizer uma coisa - sim, farei o mesmo esforço de investigação para o Homem-Aranha. Afinal, não seria bonito fazer este trabalho para o super-herói favorito dos outros, e não o fazer para o meu, certo?

Bem, para começar, convém desfazer um mito - Krypton não explodiu. Sim, eu sei, como é que é possível vocês terem sido enganados durante tanto tempo? Epa, acontece. Não vale a pena pensarem mais nisso. A verdade é que o Kryptonianos aperceberam-se que nós começávamos a dar os primeiros passos nos nossos programas espaciais, e isso trazia-lhes um problema - uma coisa era observarem os seus vizinhos saloios (ou seja, nós) à distância, e rirem-se com as suas argoladas; outra era terem os referidos vizinhos a deslocarem-se a Krypton, em circuitos de sonho, do tipo "Venham visitar os maravilhosos palácios de cristal" ou "Venham para os fabulosos hóteis de cristal, a dois passos das deslumbrantes praias" ou ainda "Venham para o fabuloso circuito dos mirones, onde poderão observar os balnerários femininos dos ginásios de cristal".

Não, amiguinhos, os Kryptonianos não estavam nada entusiasmados com a perspectiva de um dia nos terem lá aos magotes, em pacotes de duas semanas, a empanturrar-nos de comida ao pequeno-almoço para tentarmos poupar uns trocos ao almoço. Assim, para afastarem a nossa atenção para outro ponto da galáxia, decidiram inventar aquela história sobre a destruição do seu planeta. Inicialmente, criaram uma história algo vaga sobre como o planeta teria sido destruído pelo caruncho, mas depois acharam melhor algo mais preciso e pormenorizado, do tipo "Olha, explodiu, e pronto, tá bem???".

Bem, desfeito este mito, centremo-nos, então, em Kal-El. Ou, por outra, no homem a quem os seus pais chamavam Kal-El, pois que era esse o nome que lhe tinham querido dar. No entanto, devido a um erro no registo, o nome do nosso super-herói ficou Kam-El. Tendo em conta o layout dos teclados Kryptonianos, não é um erro que cause estranheza.

Por falar em pais... lembram-se do Jor-El e da Laritamonti-El (mais conhecida pelo seu diminutivo, Lara). Bem, dizem as más línguas - e admito que não consegui confirmar estes boatos - que o pai do Kam-El é Leon-El, empresário conhecido como o Rei do Past-El, e que era sócio de Jor-El no seu casino El-dorado.

Bem, mas se Krypton não explodiu, então porque é que o Kam-El veio para a Terra? Por um lado, Jor-El já há algum tempo que queria expandir os negócios da família. Claro que ele tinha consciência que isso não se faria da noite para o dia, mas, graças à força sua sobre-humana, o velhote achou que Kam-El poderia ter futuro na construção civil, ou como segurança, ou até mesmo a arrumar carros, e a partir daí construir o seu império.

Por outro lado, o governo Kryptoniano precisava que alguém espalhasse cá pelo burgo a patranha da destruição de Krypton. A Oposição opunha-se à ideia, e achava que o melhor seria fazer outra coisa, apesar de ninguém saber muito bem o quê. Além disso, dizem - mais uma vez - as más línguas que o pequeno Kam-El estava cada vez mais parecido com Leon-El, incluindo o promenor da unhaca para limpar a orelhita e de nunca fumar um charuto até ao fim, e Lara estava com algum receio, pois Jor-El começava a desconfiar que algo de estranho se estava a passar.

Por tudo isto, lá meteram o pequeno Kam-El numa das suas naves Fam-El, de design Fat-El, e recambiaram-no para o planeta Merra (sim, mais um infeliz erro de registo; tendo em conta o layout dos teclados Kryptonianos, não é um erro que cause estranheza).

Uma das coisas que contam no Relato é verdade - o puto aterrou mesmo em cheio na horta do casal Quente (que estavam, na altura, a fazer jus ao nome). Jonastão Quente e Martinha Leite Quente (o que vem provar que o Amor não escolhe apelidos) ouviram o estrondo e vieram de imediato ver o que se passava, ainda semi-nús. Eles tinham uma pequena padaria, chamada "Pão Quente", e passavam um calor infernal para fazer o pão a noite toda.

Desde cedo, os Quente aperceberam-se que o seu filho adoptivo era algo... invulgar. P.ex., uma vez o professor do rapaz, Dr. Francisco Tada (Xico, para os amigos), queixou-se que Kam-El não só não reagia às suas medidas pedagógicas, como ainda por cima lhe dava cabo das chibatas que ele utilizava para exercer as supra-citadas medidas. Apesar destes pequenos contratempos, a carreira escolar de Kam-El foi um sucesso - a sua visão raio-X permitia-lhe copiar à fartazana, conseguindo assim criar a impressão de que era um aluno brilhante.

Ao atingir a adolescência, os Quente decidiram começar a arranjar actividades para manterem Kam-El ocupado, pois não sabiam até que ponto o jovem Kryptoniano seria compatível com as raparigas da Terra. Porém, o jovem rapidamente se desinteressava de tudo... até que descobriu o ballet.

Esse foi o ponto de viragem para o jovem Kam-El, que passou a adorar andar de collants, e com umas roupas assim meio... efeminadas. Foi também nesta altura que Kam-El conheceu Lixor e o seu cão, Rex. Aliás, conheceram-se quando Kam-El estava a passear a sua cadela, Lassie (ninguém sabia, mas esta havia sido abandonada pelo pequeno Timmy, que estava farto da brincadeira idiota da cadela, em que ele tinha sempre que ficar preso debaixo do tractor). Os cães meteram conversa, e os donos também. Rapidamente nasceu uma amizade entre ambos, apesar de Lixor achar aquele hábito de vestir as tais roupas efeminadas um pouco perturbador. No entanto, pouco tempo depois, Kam-El e Lixor tornar-se-iam inimigos mortais, devido a uma questão sentimental. Rex engravidou Lassie e recusou-se a assumir a paternidade da ninhada. Nesse dia, Kam-El e Lixor juraram votos de ódio eterno.

Lixor queria o Poder Absoluto, e tinha um plano engenhoso para o obter - descobrir o local onde o guardavam e roubá-lo. Mas não seria fácil. O Poder Absoluto era incansavelmente guardado dia e noite por uma ninhada de cães, com intervalos para mamarem e para dormirem, claro.

Lixor sabia que teria que planear tudo com muito cuidado, caso contrário os cachorrinhos poderiam detectá-lo e fazer-lhe coisas horríveis - lamberem-lhe a cara ou deitarem-se aos seus pés de barriga para cima a pedir-lhe que os coçasse, ou darem-lhe uns latidos ternos e amigáveis... ugh! Isso era o pior! Ele nunca poderia ser o Ditador do Mundo com uma ninhada de cachorrinhos amorosos atrás dele o tempo todo...

O plano de Lixor era brilhante, mas infelizmente falhou num pormenor. No dia em que ele foi roubar o Poder Absoluto, a mãe dos cachorrinhos, Lassie, havia instalado um emissor, para acordar caso os seus pequerruchos precisassem de alguma coisa. Ao ouvir toda a agitação, acordou Kam-El. Este, meio ensonado, ainda lhe disse "O que se passa, pequena? Estás a tentar dizer-me alguma coisa? É o pequeno Timmy que está debaixo do tractor outra vez?", até que ela o mandou à merda, deu-lhe duas valentes patadas, e apontou para o receptor, onde se ouvia claramente os cachorrinhos numa exibição doentia de fofura e carinho, e a voz de Lixor a gritar nomes pouco fofos e carinhosos.

Imediatamente, Kam-El vestiu a primeira coisa que encontrou, que era o seu fato de ballet. Na pressa até vestiu as cuecas por fora do fato, o que se acabaria por se tornar na sua imagem de marca. Ao sair disparado janela fora, um dos cortinados vermelhos prendeu-se no seu pescoço e foi arrancado pela poderosa força sobre-humana de Kam-El, completando o quadro. The rest, as they say, is History.

E pronto. Por hoje, o meu esforço de investigação fica por aqui. Espero que tenho sido útil, no sentido de vos revelar um pouco mais sobre este super-herói que todos os dias utiliza a sua visão raio-X para espiar os balneários femininos dos ginásios, enquanto voa mundo fora para nos proteger.

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quinta-feira, agosto 24, 2006

Os Homens e o Aço

Data original: 2005-10-28

Hoje apresento com uma análise ligeira de um texto de 1971, da autoria de Larry Niven intitulado "Man of Steel, Woman of Kleenex". "Análise ligeira" significa que vou analisar o que me interessa, e fingir, de forma bastante conveniente, que o resto não existe :)

Todos conhecemos o famoso Kal-El, certo? Sim...? Kal-El...? Rings a bell...?

Bem, OK, utilizemos então o seu nome adoptado - Clark Kent. Ainda nada? O Super-homem, seus incultos! :)


O Super-homem, este super-herói que protege as vidas de milhões de cidadãos indefesos, sem nada pedir em troca, a não ser, talvez, um pouco de reconhecimento... talvez uma primeira página nos jornais de vez em quando.

Se bem que, hoje em dia, com a quantidade de "events" que se verificam, um tipo a voar para cá e para lá, a salvar vidas, evacuar refugiados, e desviar furacões da sua rota, entre outras super-façanhas, já não tem a garantia de arrebatar a primeira página. Basta a Madonna lembrar-se de dar um beijo a mais uma outra gaja qualquer, e lá vai o nosso Kal-El parar outra vez à secção do crime. "Super-homem desvia furacão Wilma para Cuba" acaba por ter tanta relevância como "Super-homem retira gato de cimo de árvore".

Muito se escreveu sobre esta criatura altruísta, e das mil e uma formas como ele já salvou o Mundo das garras da destruição. E, pasme-se, até houve alguém que fez um estudo sobre o que seria o acto sexual entre Kal-El e Lois Lane.

A conclusão do estudo era simples - seria impossível que tal acto se verificasse. Foram apresentadas as razões mais variadas, das quais destaco duas:

- Durante o orgasmo, ocorrem diversas contrações musculares involuntárias. Isto significa que existiria uma possibilidade acima da média de Lois Lane acabar o acto acidentalmente desmembrada. Digo "acidentalmente" porque estou a assumir, claro, que Kal-El não tem nenhum desses fetiches bizarros que andam tão em voga ultimamente. O estudo menciona, também, que, com a sua força muscular sobre-humana, o nosso super-herói poderia dar um novo - e despedaçador - significado à expressão idiomática "Ai, querido, que me chegas à garganta".

- A ejaculação seria algo de destruidor, devido à supra-citada força muscular de Kal-El, tendo a projecção equivalente a uma rajada de metralhadora. Uma análise independente refutou, entretanto, esta teoria, apresentando como prova a ausência de danos no WC dos Kent, em Smallville; se esta teoria tivesse um fundo de verdade, as actividades iniciadas por Kal-El durante a adolescência deveriam ter tido um efeito devastador na louça e azulejos do WC, e a família Kent depressa se aperceberia que Kal-El tinha, por assim dizer, um problema sério entre mãos. Hoje em dia, a questão seria mais complicada de detectar, uma vez que os pais de um adolescente moderno, ao verem o seu WC desfeito com tal violência, iriam assumir que o seu filho pertencia a um gang, e não se preocupariam mais com o assunto.

O estudo apresenta soluções para estes problemas, examinando, inclusivé, a alternativa de inseminação artificial. É uma boa leitura, e recomendo-a, de um ponto de vista puramente académico. No entanto, creio que o estudo está completamente errado. Kal-El tem, de facto, problemas sexuais, mas não vêm daí.

Apercebi-me disto ao seguir uma análise sobre as propriedades do aço.

Como todos sabemos, o Super-homem é o Homem de Aço. E, como também é do conhecimento geral, numa situação de refrega sexual com com a boa da Lois Lane (ou com qualquer outra mulher), o nosso Kal-El irá passar de um estado calmo e relaxado para um estado de excitação.

Entre outras coisas, a sua temperatura corporal irá subir. Assumindo que Lois Lane até é uma moça desinibida, e que não se importa de fazer um ou outro truque mais... fora do normal, para puxar pelo seu Homem de Aço, a situação poderá até aquecer rapidamente.

E agora, consideremos o seguinte - o que sucede ao aço quando o aquecemos? O aço, como todos os metais, fica liquefeito, quando aquecido. Mas, para atingir a temperatura necessária à liquefacção, a nossa pobre - mas boa - Lois teria que fazer uma quantidade abominável de truques muito fora do normal, e ela poderia não estar para aí virada. No entanto, não é necessário atingir essa temperatura. Antes de se liquefazer, o metal perde a rigidez, i.e., fica mole. E é este o drama de Kal-El - quanto mais Lois Lane se esforçar, mais o Homem de Aço amolecerá.

E assim se revela não só o drama de Kal-El, mas também o segredo do desaparecimento de Krypton. Na realidade, não foi nenhum cataclismo que destruiu o planeta de onde partiu Kal-El, em busca de uma vida melhor. Simplesmente, os Kryptonianos, talvez por uma ironia do processo evolutivo, ao transformarem-se em Homens de Aço deixaram de conseguir procriar, garantido, assim, a extinção da espécie.

É este o verdadeiro drama do Homem de Aço - está sempre pronto, excepto quando é preciso.

Bem, meninas, agora é a vossa altura de dizerem que andam por aí muitos Homens de Aço :D

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segunda-feira, agosto 21, 2006

Also Play

Bem, é só para avisar que no "Serei Breve" estão a dizer que o "À Volta da Lareira" está de novo em actividade :)

Th-th th-th th-that's all folks! :)

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domingo, agosto 20, 2006

Step right up...

Eu é que sei!

Sim, eu é que sei. Gajos destes, já os conheço ao longe. São todos a mesma merda.

Nota: Quem quiser, substitua o "Gajos" acima por "Gajas"... aconselho, igualmente, a substituição de "os" por "as", e de "todos" por "todas", sob pena de a frase se tornar algo confusa quanto ao seu género e, potencialmente, quanto à sua orientação sexual.

Epá, mas então... o que é que aconteceu?

Pfff!!! O que é que aconteceu? O que é que aconteceu? Ele fez isto e isto e aquilo!!!! E só para me fazer sentir assim e assado!

Fonix! Ganda mete-nojo! Quer dizer, faz-te isto e, ainda por cima, quando o foste confrontar com isso, ainda te disse que o fez de propósito para te fazer sentir assim e assado!

Controntá-lo??!! Confrontá-lo com o quê? Para quê? Então, eu não te disse que gajos destes, já os conheço ao longe? Eu sei muito bem o que ele estava a pensar!

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Ladies and gentlemen, may I present you... the Amazing Psicop... er, I mean, Telepath!!!!

(Aplauso)

E, perguntam vocês, quem é the Amazing Psicop... er, I mean, Telepath?

Bem, é aquela pessoa fabulosa, aqui apresentada no feminino, mas que existe igualmente no masculino, que, graças ao seu extenso conhecimento da espécie humana, e... e... ah, sim... e aos seus dotes telepáticos, consegue ler as intenções por detrás das atitudes dos outros. É verdade, não vos minto! Step right up, ladies and gentlemen, e deixem-me apresentar-vos esta fabulosa criatura, que vos assombrará (literalmente) com as suas proezas de telepatia.

Ah... não ficaram impressionados? Mas olhem que ela consegue mesmo ler pensamentos, ouviram? Vocês chegam ao pé dela, contam-lhe uma situação, e ela diz-vos logo tudo o que precisam saber sobre essa situação, mesmo que a vocês, pobres ignorantes, vos pareça que ela não sabe muito bem do que está a falar.

Ah, espera! Se calhar, acham que isto é uma aldrabice. Mas olhem, não neguem à partida uma ciência que desc... Ah, também não é isso? Então, mas afinal expliquem lá porque é que não ficaram impressionados? Como? Ah, já conhecem alguém assim. Na realidade, conhecem muita gente assim. Até mesmo vocês, de vez em quando, são assim. Mais ainda, acham que toda a gente é assim.

Epá, isso agora é que é uma chatice! Lá se vai mais uma oportunidade de negócio.

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E assim, meninos e meninas, termina aqui esta história de Jacob Tuso, o fabuloso agente artístico, em mais uma cruzada para encontrar o artista que irá maravilhar o mundo.

Moral da história: Alguém deveria ter dito ao Jacob que todos nós temos este dom maravilhoso de, sem termos que passar pelo incómodo de falar com os outros (brrr, coisa horrorosa e n'jenta, tentar saber o que os outros realmente pensam e sentem), conseguir adivinhar as suas motivações, as suas intenções, e o que está por detrás das suas atitudes.

Pobre Jacob. Pensava ele que isto da leitura das mentes era algo de extraordinário.

Sim, um dia irei pegar neste assunto com um pouco mais de seriedade, mas hoje deu-me para isto. Fazer o quê? :)

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segunda-feira, agosto 14, 2006

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And so have I become one of the Labelled...

Não é nada normal eu ter dois posts no mesmo dia, mas enquanto pensava se haveria de responder já ou deixar para depois, senti a língua da Inspiração a roçar-me a orelha, e pensei "É já!". Portanto, no dia em que digo que vou diminuir o número de postas, aqui vão duas de seguida.

Não é, de todo, a melhor altura para fazer isto, vindo de um jantar muito bem regado num Chimarrão, ainda por cima com a cherry on top, uma bela caipirinha... fomos os últimos a sair, e quase que foi porque correram connosco :)

Mas, como diz o grande filósofo contemporâneo - que se foda! Se calhar, até é a melhor altura. Qualquer merda que diga, posso dizer que são os chopes e a caipirinha a falar... se alguém da Tertúlia (vulgo, "Grupo da Bola") ler isto... é sempre a aviar tremoço :D

1. Guitarra
São poucos os dias em que não me visita a frustração de ter tido uma banda que tinha tudo para ter sucesso, que tinha o mais difícil resolvido, que eram os contactos e o pessoal que iria abrir portas, e que, mesmo assim, conseguiu não levantar vôo. Depois disso, coloquei a guitarra de parte por uns anos.

Mas é uma paixão que me persegue. Não há nada a fazer. Cresci nos 80s. Não com o pop/rock que se fazia na altura, mas com o hard & heavy. Ponham-me uma guitarra e um amp nas mãos, e sai automaticamente um som distorcido, a pedir um "Big City Nights", um "The Trooper", ou um "I Fuck Like A Beast".

Quando os Metallica fizeram o seu álbum com uma orquestra, achei piada à ideia, mas pareceu-me que a mistura não saiu lá muito bem. Com os Scorpions, pareceu-me um pouco melhor. Mas foi no cinema (já não me lembro em qual), a ver o filme "O Demolidor", quando a P.A. começou a berrar alto e bom som o "Bring Me To Life", que me apercebi do que era a mistura de uma guitarra e uma secção de cordas - beleza, agressividade, elação, delírio, tensão, adrenalina... a match made in heaven, que mudou para sempre a minha ideia de hard & heavy.

Depois disso, ouvi o "Mein Herz Brennt", dos Rammstein, e fiquei com outro óptimo exemplo desta mistura. Hoje, sempre que ouço uma música mais pesada, começo logo a imaginar umas cordas por cima daquilo, geralmente com um único objectivo - construir uma base para que uma guitarra possa entrar a gritar, rebentando com a porta, libertando toda a tensão que a vida a obrigou a acumular.

A guitarra é uma paixão, uma extensão, uma exaustão.

2. Fantasia
Sim, gosto de mulheres. Não é propriamente um newsflash, pois não? Na maior parte das vezes, não as consigo entender. Nope, still not worthy of a mention on the Book of Revelations.

A maioria dos gajos que conheço desvaira com um helicóptero - gira e boa (lido com pronúncia do norte). Um bonito palmo de cara, um corpo de fazer cair o queixo. Sou tão susceptível como qualquer outro, atrai-me o olhar, claro, mas... não chega.

Quero com isto dizer que a Angelina Jolie ou a Catherina Zeta-Jones não me ocupam as fantasias. A mulher que me ocupa as fantasias tem muitos rostos e muitos corpos; uns mais bonitos que outros; uns mais bem feitos que outros; às vezes com mamas grandes, às vezes, pequenas; às vezes, com um rabo redondinho, às vezes com um rabo raso.

Mas, independentemente de tudo isto, há sempre três características que esta mulher tem:
- Nurse-like. Não, não é para tomar conta de mim quando eu tiver febre; utilizo este termo no mesmo sentido em que o Patrick o utilizou no Coupling: "Pretty much impossible to disgust".
- Capaz de se entregar. Não existe mais nada, para além de nós, para além de um momento. Não existem regras, não existem convenções sociais, não existem "os outros", não existe o certo, não existe o errado... ela é capaz de me dizer "Sou tua" e deixar-se usar para satisfazer uma fantasia minha, e é capaz de me exigir o mesmo e usar-me para satisfazer uma fantasia sua; e não deixamos de nos respeitar por causa disso.
- A little of both. Como cantaram os rapazes, "I've been searching for the daughter of the devil himself, I've been searching for an angel in white". Não tem qualquer problema em mostrar-me as suas várias facetas, e vai querer que eu faça o mesmo; aliás, é bom que eu esteja disposto a fazer o mesmo, senão ainda apanho umas palmadas... well, either way, we'll be coming in that direction.

Espero que ela ande algures por aí. Voltando novamente à música, "And I can feel her but she's nowhere in sight".

3. Tranquilidade
Aprendi a procurar a calma. Numa negação daquilo que o meu espírito me pede a maior parte do tempo, que é a tensão. É uma batalha diária - manter a calma, a paz, a tranquilidade, quando na realidade o que me apetece é começar a desvairar à força toda; dizer "Epa, vai mas é enfiar um pau cheio de farpas p'lo cú acima" em vez de "Repara, essa proposta que estás a apresentar tem algumas falhas que carecem de uma análise mais detalhada do que um simples PowerPoint nojento com uma merda de um slide que contém apenas a porra de uma data de lançamento comercial e que diz que o car... heh...". Bem, até comecei bem, não foi?

No entanto, não gosto de mim como sou, mas sim como quero ser; e, para me sentir bem comigo próprio, tenho que levar por diante esta luta, sem nunca baixar os braços.

E procurar, acima de tudo, a tranquilidade. Todos os dias, de forma a que esta se transforme em second-nature to me. E, quem sabe, talvez um dia it comes naturally.

4. Cinzento
Adoro dias cinzentos, nublados, de chuva. Adoro a praia de Inverno, quase vazia, num dia de chuva molha-parvos (sim, eu sou um dos parvos). Adoro o Guincho, com o seu mar revolto, com o barulho das ondas e do vento. Quando lá estou, não ouço nem vejo mais nada. Quando lá estou, estou ali, de corpo e alma, e não preciso de escapes, pois o que me rodeia invade-me os sentidos, e ocupa por completo a minha alma. Por uma breve eternidade, nada mais existe; às vezes, nem eu.

5. Filmes
Há cenas que me tocam. De cada vez que as vejo, não consigo evitar as lágrimas, mesmo que às vezes me esforce, porque "um homem não chora". Alguns exemplos...

Life As A House - No final do filme, a cena do mergulho; quando ele, finalmente, aprende a mergulhar sem temer as consequências.

Jet Lag - Quando eles estão a tomar o pequeno-almoço separados, porque ele não é uma "pessoa de pequenos-almoços".

Lord Of The Rings - A carga dos Rohirrim em Pelennor, na cerimónia em que o Rei Theóden toca as lanças com a sua espada, antes de se lançarem na carga mais fabulosa que alguma vez vi, onde ao trovão do galope dos cavalos se junta um "Death" gritado alto e bom som, e que me envolve e absorve num turbilhão de som e imagem, fazendo-me esquecer tudo o que me rodeia.

Não tenho vergonha das lágrimas. Tenho vergonha é de ter vergonha das lágrimas.

6. Jogos
Mais um escape.

Desta feita, dois que coloco acima de tudo o resto que alguma vez se fez...

Myst/Riven - O passeio. A contemplação de paisagens de uma beleza estonteante, acompanhadas por uma banda sonora hipnotizadora, cativante. O som ambiente é mais uma indicação de que estou realmente lá, já não me encontro neste mundo. A imersão é absoluta, o relax é total.

Thief - O peak da adrenalina. Aproximo-me do meu alvo, o mais lenta e silenciosamente que consigo. Mantenho-me na sombra, rodeio-me de silêncio. Às vezes são demasiados guardas para neutralizar, é necessário lançá-los numa outra direcção, afastando-os do meu caminho. Obrigatório jogar de headphones e às escuras. A imersão no mundo do jogo é de tal forma que às vezes é preciso parar, para deixar que o coração acalme, para recuperar do banho de suor.

Quando mergulho nestes jogos, tenho plena consciência que deixo este nosso mundo para trás.

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Bem, agora tenho que escolher seis companheiros de blogos-fera. Quem me etiquetou já escolheu duas pessoas que fariam parte da minha escolha, pelo que a minha lista fica mesmo em seis (em vez de ficar em oito).

- L'Enfant Terrible
- Sea
- Schmeichel
- Skinstorm
- HP
- Ovo

Alguns não estão por cá de momento, mas serão notificados da tarefa que têm pendente.

Link para ver todo o post, Sim, claro que há mais para ler :)

Shifting gears...

Escrever porquê?

Antes de mais, começou por uma questão terapêutica. Algo para ocupar o tempo, para manter afastadas as ideias tristes. Depois, tomei-lhe o gosto. Agora, não me imagino a parar, mesmo que as teias de aranha tomassem conta deste(s) meu(s) cantinho(s) da blogos-fera, e nunca mais ninguém decidisse parar e fazer-me uma visita.

Publicar porquê?

Rapidamente cheguei à conclusão que tinha que mostrar a alguém o que escrevia, senão não valeria a pena; senão, não haveria nada que me obrigasse a pensar e a esforçar-me para fazer algo com pés e cabeça. Mostrar a quem? Ora, para que servem os amigos, senão para serem melgados?

Depois, apercebi-me que havia um bónus, no meio disto tudo. Havia quem respondesse (nesses tempos idos, era por e-mail). Havia quem se desse ao trabalho de dizer que tinha gostado muito, de concordar com o que eu havia escrito, ou de apresentar um ponto de vista diferente, por vezes completamente oposto. Havia, de facto, quem se desse ao trabalho de ler o que eu escrevia, e se sentisse motivado a pensar sobre o assunto, e a escrever algo, a responder.

Apercebi-me que aprendia algo com isto tudo; apercebi-me que ficava a conhecer melhor algumas destas pessoas; apercebi-me que tinha amigos masoquistas.

Mas, hoje que penso nisso, creio que deveria ter começado com um ritmo menor. Um texto por dia, ainda por cima com a dimensão destes, era um exagero. Mas a verdade é que sentia-me envolvido num threesome com a Inspiração e a Imaginação, and there was no stopping me.

De qualquer forma, tenho que dar os parabéns ao pessoal que ainda conseguiu acompanhar esse ritmo durante muitas semanas. Imagino a luta desesperada que não deve ter sido para limparem as suas mailboxes, invadidas diariamente por aqueles mails do Demo, longos como listas de nomeações de amigos de um governo recém-eleito.

Depois, veio a mudança de casa. E o tempo começou a escassear. E tomei uma decisão - passar a publicar apenas três textos por semana. O pessoal agradeceu o descanso. A Batalha pelo Controle da Mailbox ficava agora mais fácil.

Desde muito cedo que os amigos começaram a aperceber-se do massacre que ameaçava as suas mailboxes, e sugeriram uma estratégia que lhes desse um pouco de paz. As frases "Porque é que não crias um blog?" e "Epa, isso devia era estar num blog" começaram a surgir; primeiro, insinuantes, como gajas que até sabem o que querem, mas não querem abrir o jogo, e tocam-me na coxa, afagam-me o cabelo, passam-me a mão na face (ah, e queixam-se por eu não tomar a iniciativa e abrir o jogo); depois, vendo que nada disso funcionava, passaram para a fase em que tiraram a roupa e se sentaram em cima de mim (enquanto se queixavam que estes gajos hoje em dia são uns bananas, que não têm iniciativa nenhuma, não fazem naaaaaaai! Oh, isso!! Sim!! Aí mesmo!!! Etc!!! Etc!!! Etc!!!!).

Bem, eu posso ser um bocadito tapado, mas ainda consigo apanhar algumas subtilezas. Decidi lançar-me nos blogs.

Dei o primeiro passo aqui ao lado, no blog de um amigo chamado "O Inconformado" (o blog, não o amigo). Algum tempo depois, criei este blog, e deixei em paz a mailbox da esmagadora maioria do pessoal, excepção feita a alguns que me pediram para continuar a enviar os mails.

Mergulhei de cabeça nesta coisa do blog. Não fazia a mínima ideia de quais as regras disto, nem qual a etiqueta, qual o comportamento esperado. Passado pouco tempo, já tinha criado mais dois.

Tenho que admitir que gostei. É muito fixe, isto de aparecer alguém que não conhecemos de lado nenhum e começarmos a "falar" na boa. Admito que, na VR (Vida Real), é algo que nem sempre consigo fazer. Como cantou o Paul, "I'm not the kind of man who tends to socialize".

Com o tempo, aprendi que existem, de facto, regras. Aprendi também que é mais um caso em que não vale a pena pensar muito nelas, até porque não serei o único a ignorar uma ou outra. Também aprendi que anda para aí pessoal preocupado com quem cumpre ou não as regras, e acho muito bem. Cada um de nós tem que arranjar algo com que ocupar o tempo.

Basicamente, decidi guiar-me pelas seguintes regras:
1. Escrever porque gosto.
2. Escrever sempre que me baterem a Imaginação e/ou a Inspiração. Yeah, I love a bit of a spanking... so what?
3. Publicar para conhecer e aprender. Para engatar? Epa, não sei... mesmo por escrito, não tenho jeitinho nenhum para o assunto... mas sempre me sinto mais à vontade do que andando a correr bares e discotecas, isso é verdade.
4. Comentar sempre que tiver algo para dizer. Seja no meu blog, seja no dos outros. Se não tiver tempo para o fazer na altura, não digo nada, e volto lá mais tarde.

Basicamente, that's it. A experiência está de boa saúde, e recomenda-se. Antes de mais, pelo pessoal que vou conhecendo por aqui. Deixo um grande "Obrigado" a todos vocês, que param por aqui para visitar esta minha casa, que também é vossa. I've said it before, and I'll say it again - mi casa es tu casa.

E agora, acerca do shifting gears...

O escritório já começa a parecer uma divisão de uma casa, perdendo pouco a pouco as semelhanças com um terreno abandonado onde a malta vai deitando tralha. Milagre dos milagres, a secretária está arrumada. Nunca pensei que o conseguisse. Já só tenho um resquício de confusão no chão, mas isso despacha-se numa horita ou duas.

Mas o mais importante - o PC com o software de música está novamente operacional, e está na altura de limpar as teias de aranha do teclado MIDI. As guitarras, essas não estão com teias de aranha, mas já há algum tempo que se queixam, têm saudades de gravar alguma coisa. E eu também. A última música que fiz foi em 2004, e já sintao a falta de um bom ritmo de guitarra apoiado numa secção de cordas - os violoncelos apoiam o baixo, os violinos dançam à volta da guitarra. Está na altura de atacar novamente.

Ontem, enquanto arrumava o escritório, estive a ouvir Cinderella (sim, Miguel, por tua culpa) e DAD e vieram-me umas ideias muito fixes à carola. Até já tirei o wah-wah da caixa e tudo. Nada como aquela merda para fazer a guitarra gritar.

Portanto, vou alterar novamente o meu ritmo. O objectivo do "Bon Coeur" baixa de três posts semanais para dois. Não quer dizer que não coloque mais, se as sessões de spanking forem particularmente produtivas, mas este será o objectivo.

O "Serei Breve" mantém-se como está. O "À Volta da Lareira" continua em pausa, até final de Agosto.

Obrigado a todos. Pela contribuição, pela força, pelo carinho, pela amizade... por tudo o que recebi desde que decidi começar a escrever. Mas, acima de tudo, por existirem, pois a minha vida seria uma merda sem vocês.

Link para ver todo o post, Sim, claro que há mais para ler :)

quinta-feira, agosto 10, 2006

Os Homens do Metro

Data Original: 2005-09-23

Bem, já tenho 37 anos, já está mais que na altura de sair do armário, de me revelar para o Mundo. Eu sou um retrossexual.

(reacção do "público", ao ler esta frase)

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- Ele disse que era um quê?!

- Tetrosexual...?

- Que é isso?

- Se calhar, é daqueles que gostam de jogar Tetris com gajas nuas.

- Que fantasia mais estranha. Se eu tivesse uma gaja nua, não ia jogar Tetris com ela.

- Pois é...

- Eu percebi "Retrossexual".

- Mas... o que é um retrossexual?

- Se calhar é alguém que gosta de pornografia dos anos 80.

- Pois, ele é muito fã dessas coisas dos anos 80, e tal.
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OK, seus néscios, eu explico :)

Para vos poder explicar o que é um retrossexual, vou ter que falar primeiro de uma outra criatura que, supostamente, anda por aí em voga, o metrossexual.

Ouvi este termo pela primeira vez há umas semanas, numa reportagem da SIC. Segundo ouvi então, são os homens do futuro. Não só não cheiram a cavalo, como ainda por cima cheiram a creme hidratante e tonificante e revigorante e amaciante, e outras coisas acabadas em "ante". Parece-me um aroma um pouco irritante.

Um expert no assunto disse que estes serão os homens que vão conquistar as mulheres daqui para a frente, e que quem quiser ter alguma hipótese de competir com eles tem que ser igual - portanto, toca a gastar euros em sessões de coiffure/manicure/pedicure/orelhicure/narigucure/etcure. Senão, as gaijas nem se dignam a olhar para nós.

A princípio, fiquei preocupado. Eu já acho que o tempo gasto a fazer a barba e a tomar banho é um desperdício, quanto mais agora estar aumentar esse desperdício com um monte de... coisas de gaija. Além de que comprei uns galões de "Eau de Trancôn" e "Cheval Noir", e seria uma pena ter que os deitar fora, ainda para mais sendo perfumes à macho! Ah, que saudades do perfume "Machón", com aroma a alho e cebola :)

Mas depois lá consegui colocar o cérebro a funcionar (curiosamente, estes tais metrossexuais não precisam de ir à encefalocure), e apercebi-me que o tipo que estava a falar era o director de uma revista de gaijas feita para gaijos (coisas asquerosas! Não confundir com revistas para gaijos cheias de gaijas, que essas, sim, são publicações dignas e merecedoras do seu espaço debaixo da cama... er, quero dizer, no fundo da gavet... não, bolas, nas prateleiras das lojas! Isso... era isso que eu queria dizer.. nas prateleiras das lojas)... enfim, onde é que eu ia? Ah, sim.

O tipo era o director de uma dessas revistas e tinha, por uma incrível e curiosa coincidência, uma visão do assunto conducente à venda da revista onde era director, nomeadamente que "o metrossexual is the way to go", e que revistas como a dele existem para ajudar o actual homem das cavernas a tornar-se num Apolo, de unhas arranjadas, pele hidratada, cabelo vitaminado, etc.

Ah, e a Moda, claro. Sabem, essa coisa esquisita, que é composta por colecções tão horrorosas que têm que ser alteradas de três em três meses, porque ninguém as consegue suportar por mais tempo.

Sim, essa coisa fabulosa do mundo do Féchôn, liderado por dezenas de cabeças iluminadas que aparecem nos media a dizer coisas como "Vá, meninas, este ano podem usar o cabelo assim e assado, que nós deixamos. E vão lá aos baús dos vossos pais buscar as calças à boca de sino e as botas de plataforma, que nós também vamos dizer que isso se vai usar muito". Claro que um metrossexual que se preze anda sempre féchônáble, e até sabe quais as cores que combinam - p.ex., um metrossexual patriótico talvez optasse por uma camisa verde e umas calças vermelhas... ah, não vos parece boa ideia? Pois, eu não percebo muito do assunto.

Esta história das cores leva-nos directamente para outro aspecto que imagino que seja importante para os metrossexuais - decoração. Eu já dei um passo na direcção errada ao ouvir repetidas vezes que cortinados em tons de vermelho/laranja/amarelo não combinam com candeeiros azuis :) Felizmente, foi o único passo até agora, e consegui contrariar a tendência... aliás, gostaria de agradecer aos Judas Priest pela letra da música "Turbo Lover"; Nada como uma letra destas para que um homem se sinta em contacto com a sua masculinidade :) Ainda para mais, se considerarmos todos os aspectos da vida do vocalista :)))) Sim, eu sei que muitos de vocês não estão a apanhar a piada, mas é uma daquelas coisas que ficará para a investigação dos curiosos (Google is your friend).

Ah, meninas... lá por eu não perceber nada sobre decoração e coordenação de cores, não quer dizer que não aprecie a vossa ajuda :)

But I digress...

Existem outros aspectos que nos permitem identificar o metrossexual - é perito em vinhos, sabe comer peixe cru com pauzinhos (a lota às cinco da manhã deve ser um óptimo lugar para praticar)... enfim, é um homem sofisticado.

Então, perguntam vocês, e o que é um retrosexual? Bem, o oposto de tudo isto. Yep, that's me :)

Não odeio todos os cremes acabados em "ante"; p.ex., um creme lubrificante é extremamente útil. Já aquelas coisas fabulosas acabadas em "cure" me metem alguma impressão. As unhas, cortam-se para tocar guitarra (nem sempre é verdade que "Quem tem unhas toca guitarra"). O cabelo corta-se de maneira a não atrapalhar.

A Moda... nem me façam falar da Moda. Para mim, tem um objectivo importante. Ao ver aquelas tipas a desfilar na passerelle, dou graças aos Céus pelas mulheres que vejo todos os dias na rua. Lembra-me a famosa frase do Simon Le Bon, quando lhe perguntaram porque é que havia tantos músicos a casar com modelos; ele respondeu "Porque podem". Eu digo mais "E devem!" :)

Decoração... Não me perguntem o que combina com o quê, que não faço puto de ideia. Já me é suficientemente difícil encontrar alguma coisa que gosto, quanto mais agora saber se combina com a parede, o sofá, o móvel, o candeeiro, a mesa, a toalha da mesa, a jarra que está por cima da toalha da mesa, as flores de plástico que estão na jarra que está por cima da toalha da mesa e os insectos mortos que estão no fundo da jarra que está por cima da toalha da mesa.

Não sou fundamentalista, como é óbvio. Não percebo nada de vinho (para além do indispensável "o tinto é escuro, o branco é claro, e o verde só serve para confundir"), mas possuo um conhecimento relativamente razoável no que respeita à cerveja. Não sei apreciar a subtileza de um "Tara-kiri Hitachi Soroyama Aki-makro", mas uns fabulosos pregos no "Cortador", em Terrugem a acompanhar umas belas imperiais marcham que nem ginjas.

Mas, ao que parece, isto já não é suficiente para a mulher moderna, que exige agora a sua vingan..., perdão, exige agora mais um passo na direcção da igualdade - depois de passar décadas a ler revistas da tret... er, quero dizer, repletas de informação útil, a mulher moderna não aceita um homem que não perc..., invista... isso, invista tempo nas mesmas tret... assuntos... nos mesmos assuntos, que é para ver o que é bom e... er, quero dizer, que é para poderem ter maravilhosas conversas e trocar dicas sobre cremes, os benefícios de uma boa esfoliadela (e aqui vejo-me obrigado a uma confissão - quando era teenager, fartava-me de fazer esfoliadelas, principalmente a jogar à bola - nos joelhos, nos cotovelos, nas mãos, etc; mas desde então, tenho-me abstido destas actividades "metro"), trocar contactos de manicures, cabeleireiros, etc.

Uma coisa tenho que admitir - há mais assunto para as conversas de engate.

Enfim, se não se importam, vou ler a Bola, comer uns coiratos (seja lá isso o que for), e... e prontos! :)

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terça-feira, agosto 08, 2006

Guerra... E Paz?

A 4 de Maio de 1980, Tito morreu.

Há umas boas centenas de anos (supostamente em 26 DC), um tipo de barba e cabelo comprido estava de visita a Jerusalém, vindo de Nazaré, a sua terra natal, quando uns brincalhões lhe deram a fumar uma substância alucinogénia e lhe deram direcções erradas, mandando-o para um deserto, conhecido como Negev.

O que é que uma coisa tem a ver com outra?

Voltemos a 1980 e à morte de Tito.

Uma década depois, os ex-jugoslavos andavam a chacinar-se, cheios de entusiasmo. A guerra é quase sempre uma estupidez, mas mais ainda quando as pessoas utilizam como pretexto, entre outras coisas, aquilo que fizeram aos pais, aos tios, aos avós, aos bisavós... não me surpreenderia se alguém justificasse o conflito com o facto de um qualquer Neanderthal ter mijado no tanque de água do outro, o que levaria a uma troca de palavras na feira, seguida de um belo conflito e jantar volante. Obviamente que os espécimes de Neanderthal em questão seriam antepassados - ainda que um tudo-nada distantes - dos elementos em conflito na década de 90.

E o deserto, e o nosso amigo a ver a Lucy in the Sky with Diamonds?

Bem, todos temos seguido o actual conflito entre Israel e o Líbano... ou talvez devêssemos dizer entre Israel e o Hezbollah. O princípio é o mesmo. Só desde o Séc. XX para cá, a lista de conflitos é impressionante. No entanto, as raízes são ainda mais antigas, tanto mais que ambos - judeus e árabes - consideram aquela terra como Sagrada... sim, o Nosso não foi o único a ser enganado pelos supra-citados brincalhões.

Portanto, íamos onde...? Ah, sim, na Terra Sagrada. Ora, sendo uma Terra Sagrada para toda a gente (até para nós), não é de bom tom deixá-la nas mãos do Inimigo. Assim, nada como jurar destruição eterna e duradoura (just to be on the safe side) aos infiéis, assegurando aos nossos seguidores que, uma vez terminado o conflito, todos os seus problemas estarão resolvidos, a sua vida será perfeita, o seu detergente lavará mais branco, etc.

Só que isto nunca irá acontecer... até porque os detergentes são imensamente traiçoeiros. A realidade é que aquele pessoal não sabe fazer mais nada. Os extremistas de cada um dos lados vivem para odiar todas as criaturas que se encontram do outro lado. Odeiam a família toda, desde o bisavô ao periquito, e não vão descansar enquanto não tiverem acabado com todos eles.

Vamos assumir, por um segundo, que isso seria possível. Como é impossível a Israel aniquilar toda a Nação Árabe, vamos supor o contrário - aparece uma gripe das aves em Israel, e limpa aquilo tudo. Não me perguntem como é que não afecta os países vizinhos, que hoje estou um bocado preguiçoso, OK?

O que iria acontecer a seguir? A grande Nação Árabe ia unir-se e festejar. Sim... por uns dias... e depois?

Bem, depois, é só pensarmos no livro "A Odisseia de Astérix" - ao atravessarem o deserto, Astérix, Obélix e Ideiafix (não, não me esqueceria do bravo Ideiafix... ainda por cima, com um nome destes ;D ) encontram inúmeras tribos em guerra umas com as outras.

Ou o filme "A Vida de Brian", dos Monty Python, com os seus "People's Front of Judea", "Judean People's Front", e "The Popular Front of Judea" (splinter!!!! :) ), que se odeiam mais uns aos outros, que aos romanos. Ou a fabulosa situação no Iraque, onde é quase cada chefe de tribo à porrada com os outros, porque adora a Democracia - desde que seja ele a mandar. Como diria Terry Pratchett, "The Patrician believes in the rule 'One Man, One Vote', He is the Man, and he has the Vote".

Enfim, não vale a pena sequer pensar em paz para o Médio Oriente. Porque o Médio Oriente não quer paz. Porque o Médio Oriente está muito bem como está, obrigado. Porque, se algum dia este conflito acabar, surgirá um letreiro que dirá "Prezados telespectadores, lamentamos o fim imprevisto deste conflito. O próximo conflito iniciará dentro de momentos. Agradecemos a vossa compreensão".

As mortes? São lamentáveis, mas inevitáveis. Posso dizer que já me tornei mais ou menos insensível ao facto. O "mais ou menos" é porque ainda tenho algumas recaídas. Mas acredito, realmente, que não há nada a fazer. A única solução seria a mudança do Estado Judaico para outro local, mas eu no lugar deles, também não sei se quereria sair dali.

Além disso, o Ocidente "precisa" de ter ali alguém numa posição estratégica. Afinal, como dizem os americanos "We've got to keep an eye on those ay-rabs, who are sitting on top of our God-given oil".

Termino com uma nota sobre o Médio Oriente e a Democracia. Gostava de ver a experiência do Qatar funcionar (apesar de ter um prognóstico muito reservado), e demonstrar a todos os seus caríssimos vizinhos que é possível mudar, quando existe vontade de o fazer.

Mas vontade é coisa que não abunda por lá, nem de um lado, nem de outro. A não ser a de matar e destruir, claro. Afinal, temos que vingar o que aconteceu ao avôzinho, há 50 anos atrás. O velhinho nunca mais se pôde sentar como deve ser, coitado.

Enfim, que prossigam as festividades. Assim como assim, é o desperdício do costume.

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domingo, agosto 06, 2006

Viagem Medieval - Parte III

Parte III... e última. Vá, respirem de alívio :)

Íamos, então, no meio do caos... a sorte é que, à medida q nos afastámos da feira, o caos desapareceu.

O Davide voltou a surpreender-nos. Quando já estávamos todos cheios que nem texugos, e ninguém conseguia comer mais nada, o Davide ainda foi comprar umas coisas parecidas com farturas, cujo nome me escapa de momento. E foi bastante divertido vê-lo a convencer o Jorge a comer.

Bem, de regresso a Gaia. Para mantermos a tradição, enganámo-nos no caminho. Em vez de irmos pela A1, fomos por uma estrada nacional, que mais parecia um caminho de cabras nacional. Mas lá chegámos, ao som dos Village People e dos ABBA, e de muitos hinos Disco. Tudo para o nosso condutor não adormecesse, claro.

Ao chegarmos, aterrámos de imediato, que o Domingo não ia ser nada fácil. Para já, não iríamos andar muito menos do haviámos andado no Sábado; além disso, tínhamos já o cansaço acumulado; e depois, sendo Domingo, além daquele sentimento de que se aproxima mais uma Segunda-feira que dá início a uma semama de trabalho, tínhamos também a despedida e a viagem de regresso.

Logo ao acordar, foi vítima de um truque infame (hã, Jorge estás a ver? Infame!!! :) ) para me retirarem preciosos minutos de sono, levando-me a acreditar que eu era o último a levantar-me, quando na realidade... não o era. Enfim, depois vieram com desculpas que eu sou muito lento, e que levei muito tempo, e tal. É curioso que toda a gente inventa a mesma desculpa. É tão complicado ser o único a marchar com o passo certo... :)

Ao pequeno-almoço, deparei-me com uma teoria inovadora no campo da nutrição - aparentemente, se uma pessoa se encher que nem um texugo ao jantar, depois o que deve fazer é comer muito pouco no pequeno-almoço do dia seguinte. Felizmente não tenho necessidade de seguir teorias destas, e comi até me fartar.

Fizémos o check-out, e seguimos para a Feira. Como íamos sair mais cedo (e bem mais carregados, pois ia ser o dia das compras), decidimos colocar o carro num parque mais próximo. Por motivos económicos, acabámos por o colocar ao pé de um parque mais próximo.

Quando chegámos, estava na hora ideal para irmos almoçar, mas ninguém estava com fome. Assim, fomos ver com mais atenção o parque onde estava instalada a feira. Gostei muito, com todo aquele arvoredo, e as mesas para as merendas. É um local muito agradável, mesmo sem Feira. Principalmente para quem, como eu, adora verde. Trouxe-me novamente à memória a Áustria e a Baviera.

Fomos ver com mais atenção as aves. Quando lá chegámos, um dos abutres estava a apanhar sol, com as asas todas abertas. O raio do bicho era enorme! Era uma visão espectacular! Pouco tempo depois, o tratador soltou um pássaro (parecia um falcão) e esteve a exercitá-lo, e a dar-lhe de comer. Acabámos por ter direito a uma espécie de mini-espectáculo. Quando descemos, para ir almoçar, estava ele no meio do pessoal a lançar o falcão em voo para as árvores. Muitas vezes, ele nem precisava de o chamar - o falcão lançava-se direito a ele, aterrando-lhe na mão.

O almoço foi menos caótico que o jantar do dia anterior, mas tivémos que enfrentar novamente a fila. Fui atraído por um restaurante que anunciava Javali com Castanhas, mas afinal isso seria apenas para o jantar. Publicidade enganosa, não é? O almoço levou imenso tempo - foi o sítio mais desorganizado onde comemos. A seguir, era suposto irmos numa viagem ao Bosque Encantado, mas, por "motivos técnicos", no Domingo essa animação foi cancelada. Bem, fica para outra altura, mas fiquei curioso sobre quais seriam os "motivos técnicos".

Acabámos por aproveitar para ir para as lutas medievais. Tive um duelo intenso com o Jorge, em cima de um tronco, com uns "cajados almofadados", algo do estilo Robin Hood vs. João Pequeno. Aprendi que quem joga à defesa, safa-se. Mas como eu detesto jogar assim, levei porrada de meia-noite. Só o consegui deitar abaixo uma vez :)

Por fim, só nos restava uma actividade - compras!!!! Antes disso, ainda demos mais uma vista de olhos pelo terreiro ao pé da Piscina, onde vimos alguns exemplos de construções da altura. Gostei do pormenor das tábuas fixas de forma a que a água da chuva não escorresse para dentro de casa.

E lá fomos nós. Atacados pela febre do consumo, fomos cada um para o seu lado. Já só nos voltámos a encontrar a meio, quando nos apercebemos que teríamos que estar unidos frente à adversidade :) A primeira coisa que comprei foi um licor de mirtilo. Deram-mo num saco de pano, todo xpto, e pensei "nice". Mal sabia eu quão nice aquilo realmente era. A seguir, fui comprar um licor cujo nome me conquistou - "Licor Levanta o Pau". E aí, a adversidade revelou-se em todo o seu esplendor - a organização não permitia sacos de plástico!!!!!

Como é isto possível???!!! Deram-me o licor num saco de papel, que não tinha a mínima hipótese de aguentar o peso da garrafa. Bem, comecei a fazer contas à vida, e tive que reduzir a minha lista de compras, porque não haveria mãos para trazer tudo. Enfim, pelo me disseram, a Feira tem vindo a evoluir de ano para ano. Esperemos que este seja um aspecto em que possa evoluir também. Por mim, para o ano trago sacos de casa.

Bem, com uma lista de compras reduzida, trouxe um chouriço picante, um queijo apimentado, uma garrafa de hidromel e uma de licor dos Imladris; era impossível resistir a algo anunciado como "Licor dos Elfos" :)

A coisa começava a ficar complicada. Mesmo com a lista reduzida, havia mais algumas coisas para trazer, e já não haviam mãos disponíveis. Até que, no stand onde ia comprar alguns condimentos, fizémos uma descoberta salvadora - vendiam sacos de pano. Ainda comprei mais umas compotas e os bolos típicos locais, e pronto! Chega de compras!

Na altura em que estávamos para nos virmos embora, reparámos que o cortejo ia ter início daí a pouco, e pensámos "Por que não ficar por aqui?". E assim foi. O cortejo foi bem giro, e valeu a pena termos ficado à espera, mas tive uma certa pena daquele pessoal, a subir até ao Castelo com aquele calor, alguns a dançar e a fazer acobracias, outros vestidos com armadura e chain mail, outros com fatos que pareciam quentíssimos...

Por fim, a muito custo, lá nos convencemos que estava na altura de regressarmos. Com o decorrer da tarde, o caos estava novamente instalado. No entanto, não tivemos problemas em chegar ao carro.

Ao passarmos pela tenda onde estavam as moças a dançar a Dança do Ventre, reparei que uma delas tinha um véu. Ora, o véu era algo que eu já tinha prometido a uma amiga, mas na FIA deste ano, nenhum dos esgípcios me conseguia perceber. Estive mesmo para parar e ir lá comprar um, mas ia carregado com os sacos, estava a começar realmente a acusar o cansaço, e pensei "Se o Destino me atirou com o véu uma vez, há-de fazê-lo novamente"; portanto, ficou para uma próxima oportunidade.

A viagem de volta foi descansada, tendo-se instalado o "feeling de final de Domingo", que anuncia o final do weekend e o aproximar inevitável de mais uma semana de trabalho. Apesar de tudo, o ensaio com as ovejas, os Doodahs e afins compensou - já estávamos todos sincronizados com os hinos da nossa viagem. Estávamos na dúvida se jantaríamos pelo caminho ou já em Lisboa, mas acabámos por parar numa estação de serviço.

Enfim... cheguei a casa de rastos, mas pronto para outra. Foi um weekend fabuloso. Obrigado à Patrícia pela ideia; à organização, pelo trabalho que desenvolveram; e à Cristina, ao Davide, e ao Jorge, por - mais uma vez - terem sido uma companhia espectacular.

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quinta-feira, agosto 03, 2006

Viagem Medieval - Parte II

Ora bem, alguém me lembrou de algumas histórias de que me tinha esquecido. Bigado, Niko :)

O pijamita... da forma como combinámos as coisas, eu tinha boleia de e para casa, portanto nem precisava de tirar o carrito da garagem. Combinei a boleia às 7:30. Na noite anterior fiz a mala, excepto as coisas que iria lá colocar de manhã. Na manhã seguinte, estava a arranjar o resto das coisas e... da carteira, nem sinal. Procurei, procurei, procurei, procurei, procurei, procurei, procurei... procurei mais um pouco... procurei ainda mais um bocadito. Até quem finalmente, numa de desespero, fui à garagem. E lá estava ela, no carro.

Fiz o resto da mala à pressa e lá me esqueci do pijamita. Yay!!! Nada como dormir num quarto com dois gajos, de boxers! Coisa de roto!!!

Ainda por cima, quando um deles se sai com esta, durante a viagem "Ah, e tal, quando chegar ao hotel tenho que usar o fio dental". Fuck!!!! Onde é que eu me vim meter??? Disse logo à Cristina que ia dormir para a porta do quarto dela. Já nem se pode confiar nos amigos, pá, que mundo este... epá, ó Jorge, vê lá se te deixas destas histórias de fio dental, pá. Isso não é coisa de homem... homem que é homem tem orgulho no seu palito, pá >:D

Quanto à nossa amiga Cristina... que muito se riu por eu me ter esquecido do pijamita, não é? :) Estava preocupada com o tempo, com o frio do Norte, enfim tinha preparado um belo e aconchegante casaquito, para se proteger das Nortadas Nortenhas (olha, parece o nome de uma banda). Deixa o carrito em casa, põe a tralha no carro do Jorge, and away we go!!!

Adivinhem o que ficou para trás? Yep! O belo e aconchegante casaquito, que acabou por passar um belo e aconchegado weekend na mala do carro dela. Juntamente com a sandocha que também ficou no carro, e que deve ter-se transformado num prato de "nouvelle cuisine" (que é como quem diz "cozinha das novelas").

Mas o nosso amigo Davide não se ficou atrás. É o nosso Responsável de Entertenimento, nestas viagens (bem, na realidade esta é a nossa segunda viagem, mas não deixemos que a verdade me atrapalhe a escrita), que é como quem diz, tem que trazer os baralhos de cartas (sim, eu sei, poderia ter feito aqui o trocadilho com as bartas e com o... enfim, não me apeteceu, OK?). E, para que não se ficasse a rir, adivinhem lá o que é que passou um weekend descansado no carro do Davide? Yep, as bartas! Pronto, fiz agora meio trocadilho. Satisfeitos?

Bem, voltando ao relato. Tínhamos acabado de almoçar.

Depois do almoço, fomos para os lados da piscina. Mais stands, mais restaurantes. Vimos os acampamentos, com as tendas decoradas com brasões, e fomos para a zona do tiro com arco. O Jorge ficou muito curioso com aquilo, e decidiu experimentar. Depois, foi o Davide. E por fim, eu não me podia ficar, não é? Fui o único dos três a fazer sangue com os meus tiros. Na primeira flecha, tinha o polegar demasiado alto, e as "penas" da flecha fizeram-me um corte.

Com base na nossa perícia, criámos a nossa táctica para uma eventual batalha - colocávamos cascas de banana no chão; eu e o Davide disparávamos para cima, para distrair os inimigos, fazendo-os escorregar nas cascas de banana; uma vez no chão, o Jorge acertava-lhes, sem qualquer espécie de problema. Apesar de não termos falado do assunto, desconfio que a Cristina iria revistar os corpos, para ver se encontrava algo de valor para ela.. er, quero dizer, para nós :)

Bem, démos mais umas voltas, e começámos a subir na direcção do Castelo. Nessa altura, houve um grande dilema - o Jorge queria saber o que estava no seu futuro. Havia lá alguns stands onde se lia a sina, ou se lançavam cartas, ou até runas. E eu compreendo o dilema do Jorge. Algumas das moçoilas desses stands eram bastante... apelativas. Mas ele achava que 10 eurekos era demasiado. Se calhar, tinha razão. Assim, eu e o Davide acabámos por lhe fazer uma pequena previsão para o seu futuro, nomeadamente que o esperava um futuro incerto.

Parámos num pequeno terreiro com instrumentos de tortura e execução. Vou poupar-vos aos detalhes. Se querem ouvir relatos horríveis de pessoas a serem enfiadas em caldeirões com azeite a ferver até começarem a suar, não serei eu a proporcioná-los; da mesma forma, se quiserem ouvir a história aterradora de um pobre homem a quem ataram o intestino à coleira de um cão e depois o fizeram correr pelo pátio (ao cão, não ao homem), desenrolando o referido intestino... também não a ouvirão da minha boca; ou até mesmo se... ah, já chega? OK, pronto. Digamos apenas que vimos uns instrumentos de tortura.

Quando recomeçámos a subida, a nossa "guia local" chegou, e juntou-se a nós. Antes de irmos todos na visita ao Castelo, ainda fomos ver os pássaros. Mudei a minha opinião sobre os abutres - não só não são feios, como metem respeito. Havia lá um enorme. Havia vários falcões, uma coruja, um mocho, e outros cujo nome não conheço (não sei se algum se chamava "Javali").

A visita ao Castelo foi muito gira. Para começar, pudémos pegar em chain mails e espadas, e sentir o seu peso. Quanto às chain mails, se eu fosse ao pessoal que faz as animações, fazia umas em alumínio, que sempre era mais leve. Um dos tipos disse que me conhecia. Na altura, não me ocorreu de onde poderia ser, mas depois pensei que talvez fosse da Marinha. É curioso que descobri, entretanto, que um colega meu do emprego, que participa como guerreiro em eventos medievais, é do grupo dele, e o conhece. It's a small world. No entanto, esse meu colega não sabe de onde é que eu o conheço, o que ma parece uma falha relativamente grave.

Tmbém houve uma animação hilariante na visita ao Castelo, onde tive a honra de ter duas belas moças a lutar uma com a outra para ver quem tinha o prazer de me "limpar" (sim, fui logo ver se ainda tinha a carteira, claro). Seguiu-se uma interacção muito divertida com o Conde da Feira.

Terminada a visita, voltámos para baixo. Era já fim de tarde, e começávamos a acusar um certo desgaste. Estivémos a ver um grupo musical a tocar música celta (eram espectaculares, e vi lá outros dois grupos igualmente bons), e depois vimos um outro grupo, só com tambores, a dar um excelente espectáculo, também.

Ainda vimos uma barraca onde estava um tipo mais o seu mini-harém a fazer exibições de Dança do Ventre. Very, very nice.

A nossa guia mostrou-nos umas fotos de um gatinho giríssimo, com uma expressão que parecia mesmo o Nermal, do Garfield (such a cute kitten, and all that), e começou a chegar a hora do jantar. O que significa que ela tinha que se ir embora. Enfim, a despedida é sempre uma trampa. Não há forma de o evitar. Aliás, foi ela que nos avisou que era melhor começarmos a andar para os restaurantes, porque o ambiente iria tornar-se caótico.

Seguimos para os restaurantes, mas depressa vimos que era tarde demais. O ambiente que tinha começado calmo tinha degenerado no caos. Não havia restaurante que não tivesse fila. Escolhemos o que tinha a menor fila de todos, e por ali ficámos... e ficámos... e ficámos... havia quatro senhoras que queriam pagar, mas ninguém queria receber o seu dinheiro. Ainda pensámos em ir lá, e ficar não só com os lugares das senhoras, mas também com o dinheiro. Por fim, as senhora lá sairam, e nós fomos jantar.

Não havia nenhum porco chamado "Javali", mas havia um arroz de feijáo divinal, feito com enchidos. Nem era preciso mais nada. Um tacho daquele arroz e uns cestos de pão, e estávamos jantados. Eu não sou muito de ligar à comida, mas aquele arroz estava simplesmente fabuloso.

Jantámos, e fomos dar mais uma volta, mas já com um olho na entrada do recinto para a Justa. Assim que se começou a formar fila, fomos para lá. Entrámos cedo, e escolhemos uns lugares fixes. O Jorge preparou a sua máquina digital xpto com filtros ABS e BBS, e com o gizmo de cálculo optimizado de exposição à luz, seguindo o famoso algoritmo Idiot-Ice(TM). A Cristina sacou da sua máquineta e começou a fazer experiências. O Davide sacou do telemóvel que comprou de propósito para tirar fotos e... e para mais outra coisa que não me ocorre, de mom... ah, sim! E para falar com os outros, de vez em quando. Ao que parece, as que ficaram melhor foram as do Davide. Então, e eu? Eu guardo as recordações na cabeça. Se o raio do alemão que faz a vida negra aos idosos não me chatear, ficarão cá por muitos e longos anos.

O espectáculo foi excelente. O bobo tinha realmente piada. As lutas foram bem encenadas, se bem que um pouquito lentas (não que eu fizesse melhor, claro). Bottom line, foi um óptimo espectáculo, e muito profissional. Inclusivé, a ideia genial que tiveram para envolver o público, de colocar uma bancada a puxar pelo Cavaleiro Branco e outra pelo Cavaleiro negro. Cinco estrelas!

Terminado o espectáculo, saímos. Estávamos a ficar cansados, e já com pouca pachorra para aturar aquele caos. O que fazer a seguir? Dirigimo-nos para o pessoal que estava a fazer acobracias com o fogo, tendo o cuidado de evitar as bruxas que andavam por ali a dar vassouradas no pessoal. A meio caminho, reparámos que havia mais uma animamação com lutas de espada. Era o pessoal que nos tinha recebido no Castelo. Ficámos a ver por um bocado, mas estar ali parado estava, de facto, a começar a dar sono.

Aproveitámos um intervalo, e fomos então ver os acrobatas do fogo. Mesmo estando afastado deles, sentia-se o calor quando os tipos cuspiam fogo. Tinham um à-vontade a lidar com aquilo que era uma coisa impressionante. Como sempre, havia lá pessoal que quase estava em cima deles; inclusivé, quando se iam embora, passavam mesmo ao pé deles. E depois, queixavam-se quando o fogo quase lhes fazia uma careca no alto da pinha. Enfim, anda para aí muita gente com um imenso espaço para alugar entre as orelhas.

Dirigimo-nos para o carro, no meio do caos que era aquele mar de gente.

Bem, isto já está longo. E já vi que, afinal, tenho aqui texto para nunca mais acabar :)

To be continued...

Link para ver todo o post, Sim, claro que há mais para ler :)

terça-feira, agosto 01, 2006

Viagem Medieval - Parte I

OK, I'm back. Sort of... ainda ando a recuperar.

Aqui fica um pouco do weekend passado.

Sexta-Feira, A Partida... e a chegada

Partimos na sexta-feira. Atrasados, como é normal neste nosso rectângulo.

Contornámos o RALIS, prontos para entrar na A1 e... Aaaaaahhhhhhh!!!!!!! Era uma fila que pareciam duas!!!!!!

OK. Felizmente, a Cristina estava no seu território - "Isto deve ser o caos para a P. V. da Gama. Foge daqui, entra na 2ª Circular e volta a sair. Vamos para a Praça José Queirós". Dito e feito, aí fomos nós. Só que... Aaaaaahhhhhhh!!!!!!! Trânsito que nunca mais acabava!!!! Era novamente a P. V. da Gama. Ráispartam esta carneirada sem imaginação que vai toda para o Algarve nesta altura! O país não é só o Algarve, sabiam?

Bem, e agora? "Think, think"; "No, you think, think". Sai para o Parque das Nações. OK, e agora? Temos que entrar no viaduto, mas estamos no sentido contrário. Temos que ir dar ao IC2. Então, espera... sim, este já não é o meu território, uma vez que o abandonei há quase dois anos, mas ainda me lembro de algumas coisas. Então, e se formos na direcção do CC V. Gama, virarmos à esquerda, e seguirmos tudo até ao fim? Não vamos dar ao IC2?

Foi exactamente isso que fizémos, e fintámos a carneirada que entupia os acessos à A1, na sua ânsia de chegar à P. V. da Gama. E metemo-nos a caminho.

Bem, e agora? Agora corria tudo bem. Até que... fomos apanhando alguns acidentes, e o ritmo ia baixando. Até que o Jorge, o nosso condutor, começou a ficar ensonado. Apesar da conversa, até porque ele não estava a participar muito. Achámos melhor trocar o CD. Eu tinha-me oferecido para levar Rammstein, mas ninguém me deixou. Tinha posto New Age (vulgo, "música de elevador"), mas a coisa não estava a correr bem. E o pior era que só tinha ali mais dois CDs. Os outros estavam todos na mala. Sendo que um deles era ainda mais calmo, decidi colocar o terceiro, sem saber muito bem o que continha.

Quando ouvi os primeiros acordes do "Victim of Love" dos Whitesnake, senti-me logo aliviado. Não é que Whitesnake, Def Leppard e Quiet Riot sejam um substituto de Rammstein, mas sempre ajudam.

Parámos em Pombal. Encontrei uma amiga, que ia para um casamento (a vida é cheia destas coisas - coincidências... e casamentos também :) ), Antes de retomarmos o caminho, lá saquei os outros CDs da mala. Como não tinha Rammstein, coloquei um que fiz com música espanhola e árabe. It served the purpose. A cada música que começava, o Jorge passava-se, o que o mantinha acordado. Quando começou o "Solo se vive una vez", ele até cantou, e tudo! :)

Problema resolvido. Começámos a aproximar-nos do Porto (o nosso hotel era em Gaia). Bem, o CD acabou. E agora? Epa, toca a pôr o dos martelinhos. Abre com uma dance music árabe, para logo de seguida entrar nesse glorioso hit "Esa Oveja No Es Mia", do grande artista "Pedro y Sus Ovejas". Mééééééééééé!!!!! Prrrrrrá-pá-pá! Foi um sucesso! O problema do sono ficou resolvido automaticamente.

Depois, perdemo-nos. E perdemo-nos outra vez. E outra vez. E ainda mais uma vez. E, por fim, ainda mais vez. Até que lá chegámos ao hotel, após termos cruzado a Ponte da Arrábida umas 2 ou 3 vezes. Só vos digo uma coisa - a malta diz que Lisboa tem CCs que não acabam mais, mas o Porto não lhe fica atrás...

Bem, já no hotel, sem cartas (o nosso desporto predileto nestas saídas), o que fazer? Decidi combinar o dia seguinte. Liguei para a Patrícia. Or so i thought. Desculpa, Mónica, mas o sono era tanto que acabei por ligar para ti. Finalmente, consegui ligar para a Patrícia, que me jurou a pés juntos, com uma bela voz de sono, que não, que eu não a tinha acordado.

Bem, combinámos encontrar-nos na Feira, no dia seguinte. E lá fomos dormir.

2. Sábado, Contacto.
Acordámos cedo, tomámos o pequeno-almoço no hotel, e lá fomos nós para a Feira.

O CD ainda era o mesmo. Voltámos às ovejas, e prosseguimos com o Doodah e o Cotton-Eyed Joe. Entre relinchos, cacarejos, mugidos, oink-oinks e outros sons campestres, aquele carro mais parecia uma quinta. Ah, e Doodahs, claro.

Chegados à Feira, onde estacionar? Incomodámos novamente a nossa guia, que me jurou novamente a pés juntos, com uma outra bela voz de sono, que eu não a tinha acordado, e lá me indicou que o melhor era o Parque 1. Este encontrava-se ainda fechado, mas deixámos o carro num lugar mesmo lá ao pé.

Antes de seguirmos para a Feira, ainda vimos um pequeno evento realizado num stand da Ford, com montes de bicicletas de ginásio. Aquilo parecia dedicado a uma bebida energética chamada "XES". Vá lá, não lhe chamarem "Argaiv" já não foi mau.

Finalmente, seguimos para a Feira. Uma vez lá chegados, vimos que estava quase tudo fechado. Se bem me lembro, ainda nem era meio-dia. Demos uma pequena volta pela Feira, e depois demos uma grande volta para ir levantar dinheiro. Nessa altura, vimos um mini-cortejo, com nobres, cavaleiros, até um cão os seguia. Voltanto ao dinheiro... descobri que Santa Maria da Feira tem uma espécie de Centro Financeiro, onde se encontram os bancos quase todos; inclusivé dois BES no mesmo quarteirão. Imagino que o Ricardito esteja em pulgas para fechar um deles.

No meio disso tudo, vimos os stands ao pé do Posto de Turismo (que tinha uns ovos de dragão espectaculares) e regressámos ao terreno ao pé da Igreja. Démos mais uma volta, na qual nos começámos a aperceber que íamos trazer muita comida e bebida, e fomos almoçar. Aproveitei para comer javali no espeto. Bem, talvez aquilo fosse um porco chamado "Javali", não sei. Admito a minha ignorãncia no que toca à gloriosa arte da nomenclatura suína. De qualquer forma, estava muito bom, que era o que interessava.

To be continued...

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