sexta-feira, dezembro 15, 2006

Um conto de Natal

Data original: 2005-12-21

Sim, estou a reciclar o Mail Melga do Natal do ano passado. Mas fazer o quê? Reciclar é bom, não é? :)

Aqui fica, desde já, o meu voto de Boas Festas, e aqui vai um conto/canção de Natal. Deverá ser cantado ao som do "God Rest Ye Merry, Gentlemen" (não sei como se chama esta música de Natal em português).

Enjoy, ppl. O conto/canção e a época.

Em casa dos Almeida, na véspera de Natal
Não havia alegria, a tristeza era geral
A mesa tão vazia! Oh Jesus, tamanho mal!
Oh, que história tão digna de dó
Digna de dó
Oh, que história tão digna de dó

Qual será o porquê de tanta frugalidade?
Nem vão acreditar nesta anormalidade
Mas juro, amiguinhos, não duvidem que é verdade
Esta história tão digna de dó
Digna de dó
Esta história tão digna de dó

Dona Almeida disse, num dia tão malfadado,
"A roupa não me serve, já devo ter engordado"
José, o seu marido, entrou em pânico, alarmado
Disse "Deus tem pena de nós,
Pena de nós"
Disse "Deus tem pena de nós"

Dona Almeida foi a correr à nutricionista
Que lhe receitou muita vitamina e alpista
E a comida proibida, ai, que enorme lista
Desespero! Ai, falha-me a voz
Falha-me a voz
Desespero! Ai, falha-me a voz

Tal tratamento, nem queiram saber quanto custou
Dona Maria Almeida, ao ver o preço, desmaiou
José, o seu marido, contente é que não ficou
E o saldo ficou só com uns pós
Só com uns pós
E o saldo ficou só com uns pós

Dona Maria Almeida gastou os dois ordenados
José Almeida ficou totalmente apalermado
Jesus Almeida, o petiz, disse, desconsolado
"Este ano não há doces p'ra nós,
Doces p'ra nós,
Este ano não há doces p'ra nós"

Estavam os três à mesa com umas caras tão tristonhas
Jesus, que deprimente contemplar tamanhas fronhas
Não haverá como ajudar estes nossos pamonhas?
Eles estão tão tristes e sós
Tristes e sós
Eles estão tão tristes e sós

E eis que aparecem, guiados por uma estrela,
Três homens bem vestidos, montados numa camela
Magrinhos e elegantes, ali, gordura, nem vê-la
E falaram todos a uma voz
A uma voz
E falaram todos a uma voz

"Somos os Três Reis Magros e viemos ajudar,
E viemos aqui trazer-vos o vosso jantar
A Ceia de Natal, que alegria vos vai dar
Pois que Deus teve pena de vós,
Pena de vós,
Pois que Deus teve pena de vós"

E na mesa apareceram, por artes e por magias
Carne, peixe, e doces e um buffet de carnes frias
E um sem número de deliciosas iguarias
E até havia um pão-de-ló
Um pão-de-ló
E até havia um pão-de-ló

Os Três Reis Magros partiram, não sem antes dizer
Que para perder peso não é preciso sofrer
Com exercício, não há que ter medo de comer
Que receio tão duro e atroz
Duro e atroz
Que receio tão duro e atroz

E assim, amiguinhos, aqui fica a lição
Não se tornem em escravos da vossa alimentação
Levantem o cú do sofá, façam flexões no chão
E não sejam uns gandas totós
Gandas totós
E não sejam uns gandas totós

Boas Festas!

Link para ver todo o post, Sim, claro que há mais para ler :)

domingo, dezembro 10, 2006

Pés Furados

Ontem, estava a ver um qualquer Telejornal (quando não estou em casa, nunca sei bem qual é que estou a ver), quando começam a falar de uma operação policial na noite de Lisboa, que resultou em algumas detenções. A dada altura, começam a desfiar o rol de motivos de detenção.. e, de repente, começo a visulmbrar ao longe algo de estranho a aproximar-se... não consegui perceber bem o que era, mas vinha assim, de forma despreocupada e verdadeiramente idiota, como... bem, como uma qualquer idiotice...

"blah blah blah... questões relacionadas com direitos de autor... blah blah blah"

A frase não foi bem esta, é certo, mas o facto é inegável - aparentemente, a PSP anda a verificar os CDs que os condutores andam a ouvir. Parece-me fabuloso.

Para mim, tem já uma consequência... faço parte de um grupo, ao qual decidimos chamar a Tertúlia... original, não é? :) Bem, nesse grupo, um dos assuntos principais é a música. Temos gostos musicais muito diversos e, na maioria das vezes, opostos. Mas, de vez em quando, lá um de nós consegue apresentar algo de novo que os outros gostam. Já não comprava CDs há muito tempo (mais abaixo vão perceber porquê), mas já comprei um ou dois graças a isto.

Curiosamente, estava a preparar-me para uma sessão de compras mais em grande, para adicionar alguns nomes novos à minha colecção de CDs. Pois bem, depois de ver isto - não me parece. Como se costuma dizer, há que votar com a carteira, e eu vou manter o meu dinheiro no mesmo sítio onde costuma estar - música étnica e New Age, onde, pelo menos, não tenho que aturar idiotas que têm a mania que as pessoas lhes devem alguma coisa.

Quanto a não comprar CDs... quem pensa que ando por aí a pirateá-los... lamento, meus caros, mas estão enganados. "Como é que é possível viver sem música?" perguntam vocês.

Não é um esforço por aí além, portanto esta minha atitude não é algo de nobre, nem requer qualquer tipo de sacrifício. Depois de comprar a música que realmente gostava, a minha única motivação seria experimentar o que havia de novo. E, basicamente, esta indústria que agora decidiu colocar a Polícia a passar revista aos leitores de CD é a mesma indústria que, de há 10-15 anos a esta parte, só tem cuspido merda cá para fora, IMHO. Se disser que, no que diz respeito ao mainstream, compro 2-3 CDs por ano, não estarei muito longe da verdade.

E depois, temos outro problema - o hype. É algo que me complica com os nervos. P.ex., ouvi o "Bring Me To Life" dos Evanescence no filme "Daredevil". Gostei, e decidi comprar o álbum. Nos meses seguintes, fui bombardeado com estes tipos em todo o lado. Basicamente, fartei-me. Quando saiu o álbum ao vivo, já não podia ouvir falar neles. Este álbum que saiu agora? Talvez um dia pegue nele, quem sabe...? Mas não há pachorra para aturar isto.

Mais lamentável ainda é uma outra tendência, igualmente recente, de procurar os "The Next Big Thing"... bandas que têm um primeiro álbum com um sucesso fabuloso, mas que depois sucumbem perante a pressão de superar - ou, pelo menos, repetir - esse sucesso.

Talvez alguém devesse lembrar a esses iluminados senhores que, regra geral, o primeiro álbum de uma banda é o fruto de anos de trabalho dos seus membros, e que é ridículo - já para não dizer tremendamente estúpido - querer repetir isso, no espaço de 12-16 meses, que muitas vezes são completamente preenchidos com tournés, entrevistas, promoção, etc.

Basicamente, a única coisa que as editoras querem é o cash-in... e, como se tem visto na esmagadora maioria dos casos... só dão é tiros nos pés.

Bem, por tudo isto, não me custa nada manter o dinheirito na carteira. Gostaria, portanto, de agradecer aos Senhores da Indústria da Música, pelo seu papel de potenciadores da minha poupança.

Ah, e por falar em tiros no pé... Gostaria de felicitar a TV Cabo pela sua ideia - mais uma perfetia idiotice - de remover a SIC Comédia da sua grelha. Enfim, falando por mim, pouca televisão vejo, portanto não sou certamente membro do seu público-alvo. Mas a SIC Comédia era um dos poucos canais que via. Pelos vistos, estou na minoria. Ou isso, ou a TV Cabo quer dar uma ajudinha à concorrência... talvez por causa da OPA, quem sabe?

Pelo menos, posso dar-lhes os parabéns por duas coisas - primeiro, deixaram de me fecundar a cabeça a tentar vender-me a SportTV, que deve ser o canal mais asqueroso que alguma vez viu a luz do dia. E, depois, porque tiveram o bom senso - até que enfim, que já não era sem tempo - de ter uma estratégia de grupo na sua última campanha publicitária. Um dos outdoors que por aí anda é um SMS de filho/filha para o pai, a dizer que saiu de casa por não ter TV Cabo. Esse anúncio está cheio de menções à TMN. Excelente ideia, e deixo os meus parabéns a quem a teve.

Quanto a remover a SIC Comédia? Pés furados, meus caros :)

Link para ver todo o post, Sim, claro que há mais para ler :)