terça-feira, janeiro 16, 2007

O algodão não engana

A história do algodão doce teve início há muito, muito tempo, durante a Batalha de Granico.

Já na fase final da batalha, no confronto entre as cavalarias Persa e Macedónia, Clitor, O Um Tudo-Nada Menos Negro Que Clito O Negro estava na retaguarda das forças Macedónias, a vigiar contra um eventual ataque traiçoeiro, vil e cobarde por parte dos Persas.

Ora, como devem compreender, era uma tarefa algo aborrecida, principalmente quando comparada com a glória que estavam a recolher os seus compatriotas, do outro lado do rio. Bem, pelo menos, aqueles que se iam conseguindo manter vivos, claro.

Compreensivelmente cansado de estar ali sem fazer nada, Clitor, O Um Tudo-Nada Menos Negro Que Clito O Negro decidiu repousar numa cadeira estranha que estava ali ao pé. A estrutura da cadeira era grande, possuindo depois um bizarro - mas decididamente confortável - assento que mais parecia um pequeno penico.

Bem, Clitor, O Um Tudo-Nada Menos Negro Que Clito O Negro sentou-se nessa espécie de penico, e recostou-se. Era realmente confortável, pois o penico estava no extremo de um longo tronco, preso à estrutura por uma grossa corda.

O que se passou de seguida é algo que está perdido nas brumas da História. Já muito se escreveu sobre o assunto, sendo que o único relato que reúne consenso é o do historiador Trom-Pete, O Palhaço Musical. Segundo este respeitado historiador, um esquilo terá pretendido armazenar bolotas na estrutura da cadeira, accionando uma alavanca, que soltou a corda que prendia o penico, o qual, por sua vez, lançou pelos ares Clitor, O Um Tudo-Nada Menos Negro Que Clito O Negro.

Ora bem... quando eu disse que o relato de Trom-Pete, O Palhaço Musical reúne consenso, significa que todos o consideram um grande disparate. O facto é que ninguém sabe o que se passou, mas Clitor, O Um Tudo-Nada Menos Negro Que Clito O Negro lançou-se em voo, direito às nuvens.

E foi aí que a Humanidade teve, pela primeira vez, contacto com o algodão doce. Na sua queda, imediatamente antes de se despedaçar no chão, Clitor, O Um Tudo-Nada Menos Negro Que Clito O Negro terá balbuciado algo como (segundo Trom-Pete, O Palhaço Musical ) "Esta coisa do algodão doce é muito boa, mas as doses têm que ser maiores, porque a maior parte daquilo é ar. Se assim não for, poderá ser catastrófico para uma eventual futura indústria do algodão doce que possa surgir no futuro, talvez em 1904".

Pois o facto é que se passaram vários séculos sem que ninguém conseguisse decifrar o mistério por detrás das enigmáticas palavras de Clitor, O Um Tudo-Nada Menos Negro Que Clito O Negro. Até que...

Até que, em 1903, os irmãos Wright conseguem voar. Orville havia roubado a Wilbur um conjunto de fotografias que este muito prezava, e seguiu-se uma perseguição animada. Cada um dos irmãos tinha construído um protótipo de "Máquina Voadeira", como eles lhe chamavam na altura, e ambos se lançaram em grandes voos, com loops, parafusos, pregos, chaves inglesas e outras difíceis manobras de cariz acrobático.

Ora, no meio de toda esta excitação, Wilbur abriu a boca para exigir ao seu irmão que devolvesse as fotografias, quando um pedaço de nuvem lhe entra na boca. Foi um momento de revelação. Wilbur esqueceu de imediato o seu conjunto de fotografias da série "Coxinhas Atrevidas", para se maravilhar com esta sua nova descoberta.

Faço um parêntesis, apenas para traçar um paralelo, para aqueles de vós que não conseguem compreender o significado deste momento histórico. Foi a mesma coisa que quando se descobriu que a Lua era feita de queijo. Excepto no que respeita ao crash que houve no mercado mundial do queijo, claro.

Bem, Wilbur e Orville lá sararam as suas divergências, e fundaram o primeiro negócio do algodão doce. Após atrairem investimento, construiram uma pequena esquadrilha de "Máquinas Voadeiras", que lhes permitiam colher imensas quantidade de algodão doce nas nuvens. Este era depois armazenado, limpo e cortado em doses, para venda ao público.

Após o sucesso na Carolina do Norte, os irmãos Wright decidiram ir à Feira Mundial de St. Louis, em 1904, para apresentarem o seu produto ao Mundo. Infelizmente, este acabou por não comparecer, pelo que os irmãos Wright acabaram por vender ao público que visitou a Feira as mais de 65,000 doses que haviam produzido.

Foi um sucesso. Chamaram-lhe o "Fio Dental das Fadas", e toda a gente concordou que era um nome muito bem escolhido, apesar de dar algum desconforto nas partes baixas. A moda do fio dental só perderia adeptos com a austeridade da WWII, sendo necessário aguardar pelos anos 70 para que conseguisse conquistar, novamente, um lugar ao Sol.

Voltando ao algodão-doce... com o sucesso do Fio Dental, os irmãos Wright lançaram-se noutros negócios de roupa doce, surgindo, eventualmente, a ideia da roupa comestível. Aliás, este é um pormenor que nos revela o quão avançados para a sua época eram estes dois empresários, uma vez que este é um nicho que ainda hoje permanece por explorar.

Bem, por hoje é tudo, no que diz respeito à História do algodão doce. Deixo os meus agradecimentos a Trom-Pete, O Palhaço Musical e a Snekkles, o Cão Pastor E Possuidor De Outros Talentos Muito Apreciados Pelas Ovelhas, pelo contributo que as suas obras deram para uma maior compreensão dos Mistérios da História.

Da próxima vez, irei falar da importância social do algodão doce, principalmente no que respeita aos Contratos Sociais dos anos 50, nomeadamente na Europa do Pós-Guerra.

3 Comments:

Blogger Sea said...

1º Comentário após leitura integral (!) do texto:
ó afilhado, tás bem?!??!? Mas, mêmo, mêmo, mêmo bem?!??!?

10:51  
Blogger inBluesY said...

amigo :DDDDD


toda a gente sabe q a Lua é feita de chocolate branco e os buracos são as amêndoas que roubadas pela Ursa Maior.

mal posso esperar para ver o efeito do Nogat na sociedade contemporanea.


beijinhos

14:28  
Anonymous Anónimo said...

Algodão doce :-) Gostei!

Bjos

12:00  

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