quinta-feira, novembro 30, 2006

Amor... Parte II

Vou interromper o relato das aventuras holandesas por um bocadinho, para actualizar a minha definição de Amor.

Começo com uma canção de Yannick Noah, chamada "Si Tu Savais". A letra... essa, é fabulosa:

Si tu savais mon frère
Ce que je trouve là-bas chaque fois
Le rythme lent de la terre
Où les vies passent doucement pas à pas

Si tu savais mon frère
Ce qu'ensemble veut dire là-bas
Au coeur des monastères
Les dieux s'inclinent devant tant de foi

Ici nos âmes sont grises
Les gens ne se regardent pas
Nos sentiments s'enlisent
Et l'on ne voit pas ce que l'on n'a pas

Eux tu sais quand ils disent
Pas besoin de signer en bas
Chaque matin chaque brise
C'est ton coeur qui parle pour toi

Si tu savais mon frère
Comme je me retrouve quand je suis là-bas
Dans leurs chants leurs prières
Ou j'aime tant mêler ma voix

Si tu savais mon frère
Comme chaque jour est fort là-bas
Les bonheurs, les misères
Tout se partage même le moindre repas

Le pain et les chimères
La peur de l'au-delà
Juste offrir et se taire
Sans réfléchir juste comme ça

La crainte du tonnerre
La mort qui vient déjà
C'est tout leur univers
Qu'ils partagent simplement avec toi

Si tu savais
Il suffit de donner
Si tu savais
Aimer c'est partager

Si tu savais
Il suffit de donner
Si tu savais
Aimer c'est partager

Le bonheur c'est partager


A parte que sempre me fica a ecoar na cabeça é esta:

Si tu savais / Se soubesses
Il suffit de donner / Que basta dar
Si tu savais / Se soubesses
Aimer c'est partager / Amar é partilhar


Sim, amar é partilhar. Para além de confiança e cedência (ou sacrifício, ou whatever). É o partilhar de uma alma com outra pessoa, em quem depositamos a esperança de ser capaz de nos compreender, e de colocar essa compreensão acima de qualquer ensejo de nos julgar.

É partilhar o que temos de belo... e de vil... de inspirador... e de degradante... de normal... e de bizarro...

É abrir as janelas do nosso ser, aquelas que tínhamos fechadas há anos, que escondiam salas, nichos, recantos... e que já tínhamos perdido a esperança de alguma vez encontrar alguém a quem tivéssemos vontade de as mostrar.

É sermos nós próprios em todas as situações... quando estamos em dia não, admiti-lo abertamente, e não sentirmos receio por isso. É o enfrentar de problemas aparentemente insolúveis, a dois, sem saber muito bem como os vamos resolver, mas confiantes, porque alguém acompanha os nossos passos.

É dar a mesma importância a um abraço no Metro, a um toque de mãos na praia, a um orgasmo (ou à ausência de um orgasmo).

Enfim... é entregarmo-nos, sem reservas, sem segredos, pouco a pouco ou mergulhando de cabeça, pouco importa. Acima de tudo, é a entrega, a partilha total de nós próprios com a pessoa que achamos que o merece.

Continuando a falar em fancês, estive há dias a rever um filme fabuloso chamado "Jet Lag" (um grande obrigado ao Jorge, que me convidou para ver este filme, em 2003).

Fabuloso, porquê? É um hino ao "Porque não...?", um hino de uma beleza incomparável. É um filme americano feito por franceses, que decidem mostrar aos nossos vizinhos do outro lado do Atlântico como se faz um comédia romântica como deve ser.

Há muitos momentos marcantes no filme, mas o final, a sequência de cenas desde o pequeno-almoço no aeorporto, até à mensagem deixada no voice-mail... está genialmente tocante. Recomendo vivamente este filme, com interpretações fenomenais de Juliette Binoche e Jean Reno.

E o que é que uma coisa tem a ver com a outra? Bem, ocorreu-me apenas que são dois aspectos que, de repente, me entraram vida adentro, e me arrastaram num turbilhão de felicidade, no qual ainda ando meio atordoado.

Partilha e oportunidade. Aliás, oportunidades... se calhar, pela primeira vez em toda a minha vida, a esmagadora maioria das janelas está aberta, e a luz ilumina-me completamente, e expõe aquilo que sou, e é isso que entrego...

A ti, princesa. Sempre esperei por alguém como tu, e o Destino decidiu, finalmente, que já tinha esperado tempo suficiente. Amo-te! Talvez algum dia encontre as palavras que digam quanto...

11 Comments:

Blogger SkinStorm said...

Já lá diz o ditado "Um homem apaixonado é pior que uma mulher bêbeda" :) Estás lindo estás! E mereces!

03:13  
Anonymous Anónimo said...

Esperamos todos por um momento assim!

20:24  
Blogger homempasmado said...

Eu também já me partilhei, já abri as minhas vergonhas a alguém de quem gostava muito e, naturalmente, em quem confio.

Mas sabes de uma coisa? Não a amava (nem a amo).

--

Mas concordo com skinstorm. Tàs mesmo apanhadinho!
:-)

Aproveita, pá. Inspira essas sensações até à medula!
:-D

08:15  
Blogger Martuxa said...

Achei lindo a forma como descreves o amor que tens no coração... não importa se alguém acha que é lamechas e demasiado sensível, o que importa é que é sentido. Ainda bem que o teu momento chegou (como acredito que chega para toda a gente que acredita no Amor). O Amor é isso mesmo... definição? Não sei se existe, mas se há realmente uma definição, então, ela é pessoal e intransmissível; está em cada um de nós... como essa que está dentro de ti agora! Beijos.

18:50  
Blogger Sea said...

Amar é sentir e agir de acordo com isso.
:) fico muito feliz

12:46  
Anonymous Anónimo said...

que dizer perante toda a compreensão, onde ser transparente não implica recear, olhar partilhar sorrir dar a mão a tudo, afinal ainda existem destinos fantásticos.

afinal o vento sopra mesmo a favor!

amo-te (muito)

16:22  
Blogger inBluesY said...

o filme é lindissimo, e chorei no final, não pelo final, mas pela forma subtil e quase imprevista da mensagem, e como um mero acaso pode modificar tantos 'ses'.

subscrevo a 'partilha' e a 'compreensão'

1 bj*

13:45  
Anonymous Anónimo said...

HP confesso que fiquei "chocada" com as tuas palavras "Mas sabes de uma coisa? Não a amava (nem a amo)".

16:31  
Blogger A said...

EH LAAAAAAAAAAAAAA

eu ía era tendo um ataque de coração qdo li uma tal In Heaven

lol

Olha, meu querido amigo... quem havia de dizer... não é?... quem diria, não é?...

Olha, speakless.. e eu congratulo-me de ter visto e ter sabido e tudo e tudo e tudo... olha, gosto muito de ti e sei que homens como tu, há de facto, muito poucos.

Bem hajas, P.
Bem hajam os dois.
Já era tempo... a quem merece!

Beijo enorme

21:53  
Blogger Selene said...

Sabes, revejo-me no que escreveste e tenho esperança de que um dia seja possível conseguir novamente essa partilha que já senti algures na minha vida. É bom ver (ler) alguém a transbordar sentimentos bons :)

01:01  
Blogger homempasmado said...

Raquel:
?!?!?!?!?!?
Chocada porquê?

Apenas quis dizer que, no meu caso, foi possível ter essa partilha sem amar!

Continuamos a partilhar-nos e eu continuo a não amá-la!

06:32  

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