Ah, se eu mandasse nisto...
Sabia muito bem como iria equilibrar as Finanças do país. Toda a gente sabe que um país precisa de levar a cabo uma gestão racional dos seus recursos, e nós temos um recurso com um vasto potencial, mas - infelizmente - sub-aproveitado. Refiro-me aos cromos da estrada.
Bem, e como racionalizaria eu a gestão desses recursos? Aqui vai a minha receita...
1. A Brigada da Câmara
Contrariamente ao que possam pensar, não tem nada a ver com a Polícia Municipal. Seria, isso sim, um corpo especial de Polícia, equipado com câmaras de filmar, cujos elementos seriam colocados em pontos chave da cidade.
Teriam ordens para ignorar tudo o que fosse alheio à sua função de registo de infracções ao Código da Estrada, incluíndo assaltos. Bem, isto significa que teriam que ter um outro polícia para os proteger, para não serem assaltados.
Assim, a Brigada da Cãmara registaria as infracções em vídeo, que seria transmitido para uma estação central... o que nos leva ao próximo ingrediente, designado...
2. Estação Central (quem é que é imaginativo, hã, quem é???)
A Estação Central desempenharia o papel de elemento centralizador (apanhei-vos de surpresa, certo?). Todas as infracções registadas em video seriam visualizadas por uma vasta equipa especializada, composta por adolescentes, sendo que esta seria a sua principal - leia-se "única" - ATL.
Nota: Sim, estamos a falar de uma acção estruturante, multi-discplinar, envolvendo vários ministérios e inúmeras instituições. Mas tudo por uma boa causa, claro.
"Uma seca", dizem vocês? Sim, sem dúvida. "Esta vasta equipa ficaria reduzida a zero mesmo antes de isto começar", afirmam? Certamente. Se não fosse por um pequeno pormenor.
Para incentivar a excelência de desempenho, cada infracção processada daria ao adolescente um crédito num conjunto de sites à sua escolha - sites de música, jogos, porno, etc... enfim, tudo o que é necessário para um crescimento equilibrado, pois que este tem necessidade de um pouco de tudo.
Hah! Quero ver que adolescente é que seria capaz de resistir a isto!
3. Os Vampiros (um nome muito bem escolhido, digo-vos já)
Seria esta a peça central de toda a minha orquestração. Todos os dias a Estação Central emitiria uma lista com matrículas e respectivas moradas. À meia-noite, saíriam para a rua os Vampiros, uma frota de veículos cheios de bloqueadores. Visitariam cada uma das moradas da lista, bloqueando o veículo do infractor. Teriam que ter formação especializada, claro - poderia ser necessário, p. ex., abrir portas/portões de garagem.
Obviamente que seria necessária legislação a tornar num crime grave a não actualização dos dados do veículo, com penas de prisão e multas pesadas, proporcionais ao movimento dos últimos seis meses em todas as contas bancárias do infractor e familiares directos.
4. O pagamento da multa
Na manhã seguinte, o infractor, ao chegar à viatura, deparar-se-ia com a acção dos Vampiros. Após fazer um curativo ao pé, e pedir desculpa à vizinha que passeava o cão pelos palavrões que disse, não só por ver o seu carro bloqueado, mas também pelo pontapé que deu com toda a força no bloqueador de aço, o infractor ligaria para o nº de telefone indicado no bloqueador, para lhe darem o código Multibanco para o pagamento da multa.
E aqui entra mais um pormenor fabuloso deste meu plano - seria uma linha de valor acrescentado... atendida com a habitual eficiência de uma repartição de Finanças. Com uma Central de Atendimento, claro, para começar a contar desde o minuto 0 até ao minuto 25, quando o infractor seria finalmente atendido. Se contarmos com os 5 minutos que seriam necessários para limpar a boca (ele já teria começado a espumar a partir dos 15 minutos), teremos uma bela meia-hora com a caixa registadora sempre a contar.
O quê? Danos psicológicos para o pessoal do call-center? Qual call-center? A única coisa que o infractor iria ouvir seria uma gravação que lhe repetiria o código durante 10 minutos antes de desligar. O nº chamador seria cruzado com a lista de infractores, para determinar qual a multa em questão. Caso não fosse encontrada a multa, seria assumido que o infractor não tinha actualizado os dados, e isso iria significar que ele teria agora não uma multa para pagar, mas sim duas (para além da pena de prisão). Para estes, haveria uma brigada especial, cujos contornos ainda não comecei a especificar.
Bem, armado com o código, o infractor dirigir-se-ia ao Multibanco e pagaria a Multa. Nessa altura, ser-lhe-ia exibido um outro código, o Código de Confirmação.
5. Confirmação do pagamento
Nova chamada para a nossa Linha da Meia-Hora (acabou de me ocorrer este nome, e gostei), na qual teria que digitar o Código de Confirmação. Os pormenores da chamada seriam idênticos aos do passo anterior.
6. Desbloqueio da viatura
Um dos Técnicos de Desbloqueio dirigir-se-ia à morada do infractor, para proceder ao desbloquieo da viatura, mediante o pagamento do referido serviço de desbloqueio e respectiva deslocação, claro.
7. A Roleta
Para incentivar ao comportamento cuidado e cívico na estrada, no momento do desbloqueio, o infractor seria submetido a um processo electrónico de natureza aleatória, que indicaria se haveria ou não apreensão de carta. A haver, esta duraria apenas um dia, uma vez que seria contra-producente privarmos estes indivíduos de continuarem a contribuir para o Orçamento por um período prolongado.
Caso houvesse lugar à apreensão de carta, o infractor ficaria um dia sem carta, que lhe seria entregue no dia seguinte, mediante pagamento do serviço de entrega e da respectiva deslocação.
Antes que pensem que eu sou um tipo cruel, obviamente que daria ao infractor uma oportunidade de escapar a esta apreensão de carta, mediante o pagamento de um valor equivalente ao triplo do que pagaria pelo serviço de entrega (e respectiva deslocação).
E pronto, fica aqui o meu plano, que permitirá o equilíbrio das Finanças em Portugal. Aliás, mais que isso... permitirá o desequilíbrio, ao gerar um superavit sem precedentes no mundo inteiro.
Depois, com os bolsos carregados, poderia dar início ao meu plano para limpar o País. Primeiro passo - acabar com o futebol profissional, o que exportaria logo 70% dos mafiosos para o estrangeiro.
Bem, e como racionalizaria eu a gestão desses recursos? Aqui vai a minha receita...
1. A Brigada da Câmara
Contrariamente ao que possam pensar, não tem nada a ver com a Polícia Municipal. Seria, isso sim, um corpo especial de Polícia, equipado com câmaras de filmar, cujos elementos seriam colocados em pontos chave da cidade.
Teriam ordens para ignorar tudo o que fosse alheio à sua função de registo de infracções ao Código da Estrada, incluíndo assaltos. Bem, isto significa que teriam que ter um outro polícia para os proteger, para não serem assaltados.
Assim, a Brigada da Cãmara registaria as infracções em vídeo, que seria transmitido para uma estação central... o que nos leva ao próximo ingrediente, designado...
2. Estação Central (quem é que é imaginativo, hã, quem é???)
A Estação Central desempenharia o papel de elemento centralizador (apanhei-vos de surpresa, certo?). Todas as infracções registadas em video seriam visualizadas por uma vasta equipa especializada, composta por adolescentes, sendo que esta seria a sua principal - leia-se "única" - ATL.
Nota: Sim, estamos a falar de uma acção estruturante, multi-discplinar, envolvendo vários ministérios e inúmeras instituições. Mas tudo por uma boa causa, claro.
"Uma seca", dizem vocês? Sim, sem dúvida. "Esta vasta equipa ficaria reduzida a zero mesmo antes de isto começar", afirmam? Certamente. Se não fosse por um pequeno pormenor.
Para incentivar a excelência de desempenho, cada infracção processada daria ao adolescente um crédito num conjunto de sites à sua escolha - sites de música, jogos, porno, etc... enfim, tudo o que é necessário para um crescimento equilibrado, pois que este tem necessidade de um pouco de tudo.
Hah! Quero ver que adolescente é que seria capaz de resistir a isto!
3. Os Vampiros (um nome muito bem escolhido, digo-vos já)
Seria esta a peça central de toda a minha orquestração. Todos os dias a Estação Central emitiria uma lista com matrículas e respectivas moradas. À meia-noite, saíriam para a rua os Vampiros, uma frota de veículos cheios de bloqueadores. Visitariam cada uma das moradas da lista, bloqueando o veículo do infractor. Teriam que ter formação especializada, claro - poderia ser necessário, p. ex., abrir portas/portões de garagem.
Obviamente que seria necessária legislação a tornar num crime grave a não actualização dos dados do veículo, com penas de prisão e multas pesadas, proporcionais ao movimento dos últimos seis meses em todas as contas bancárias do infractor e familiares directos.
4. O pagamento da multa
Na manhã seguinte, o infractor, ao chegar à viatura, deparar-se-ia com a acção dos Vampiros. Após fazer um curativo ao pé, e pedir desculpa à vizinha que passeava o cão pelos palavrões que disse, não só por ver o seu carro bloqueado, mas também pelo pontapé que deu com toda a força no bloqueador de aço, o infractor ligaria para o nº de telefone indicado no bloqueador, para lhe darem o código Multibanco para o pagamento da multa.
E aqui entra mais um pormenor fabuloso deste meu plano - seria uma linha de valor acrescentado... atendida com a habitual eficiência de uma repartição de Finanças. Com uma Central de Atendimento, claro, para começar a contar desde o minuto 0 até ao minuto 25, quando o infractor seria finalmente atendido. Se contarmos com os 5 minutos que seriam necessários para limpar a boca (ele já teria começado a espumar a partir dos 15 minutos), teremos uma bela meia-hora com a caixa registadora sempre a contar.
O quê? Danos psicológicos para o pessoal do call-center? Qual call-center? A única coisa que o infractor iria ouvir seria uma gravação que lhe repetiria o código durante 10 minutos antes de desligar. O nº chamador seria cruzado com a lista de infractores, para determinar qual a multa em questão. Caso não fosse encontrada a multa, seria assumido que o infractor não tinha actualizado os dados, e isso iria significar que ele teria agora não uma multa para pagar, mas sim duas (para além da pena de prisão). Para estes, haveria uma brigada especial, cujos contornos ainda não comecei a especificar.
Bem, armado com o código, o infractor dirigir-se-ia ao Multibanco e pagaria a Multa. Nessa altura, ser-lhe-ia exibido um outro código, o Código de Confirmação.
5. Confirmação do pagamento
Nova chamada para a nossa Linha da Meia-Hora (acabou de me ocorrer este nome, e gostei), na qual teria que digitar o Código de Confirmação. Os pormenores da chamada seriam idênticos aos do passo anterior.
6. Desbloqueio da viatura
Um dos Técnicos de Desbloqueio dirigir-se-ia à morada do infractor, para proceder ao desbloquieo da viatura, mediante o pagamento do referido serviço de desbloqueio e respectiva deslocação, claro.
7. A Roleta
Para incentivar ao comportamento cuidado e cívico na estrada, no momento do desbloqueio, o infractor seria submetido a um processo electrónico de natureza aleatória, que indicaria se haveria ou não apreensão de carta. A haver, esta duraria apenas um dia, uma vez que seria contra-producente privarmos estes indivíduos de continuarem a contribuir para o Orçamento por um período prolongado.
Caso houvesse lugar à apreensão de carta, o infractor ficaria um dia sem carta, que lhe seria entregue no dia seguinte, mediante pagamento do serviço de entrega e da respectiva deslocação.
Antes que pensem que eu sou um tipo cruel, obviamente que daria ao infractor uma oportunidade de escapar a esta apreensão de carta, mediante o pagamento de um valor equivalente ao triplo do que pagaria pelo serviço de entrega (e respectiva deslocação).
E pronto, fica aqui o meu plano, que permitirá o equilíbrio das Finanças em Portugal. Aliás, mais que isso... permitirá o desequilíbrio, ao gerar um superavit sem precedentes no mundo inteiro.
Depois, com os bolsos carregados, poderia dar início ao meu plano para limpar o País. Primeiro passo - acabar com o futebol profissional, o que exportaria logo 70% dos mafiosos para o estrangeiro.
3 Comments:
1- Quando te candidatares a Primeiro, avisa que já tens um eleitor!
2- Terás que investir em coletes contra balas para os vampiros que vão bloquear os carros nas garagens. Deve haver por aí pessoal com o dedo nervoso e se virem alguém entrar em casa deles podem receber o pessoal com chumbo!!
3- Concordo plenamente com o fim do futebol. Em alternativa, podes acabar com os ordenados chorudos dos jogadores e passam a ganhar só o ordenado mínimo. Vais ver que sem te chateares, o futebol acaba por ele próprio por falta de jogadores! ;D
Passo apenas para te deixar 1 beijo. Sem paxorra para estes assuntos.
Talvez um pouco excessivo, mas certamente eficaz!
As coisas de que te lembras...
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