Shifting gears...
Escrever porquê?
Antes de mais, começou por uma questão terapêutica. Algo para ocupar o tempo, para manter afastadas as ideias tristes. Depois, tomei-lhe o gosto. Agora, não me imagino a parar, mesmo que as teias de aranha tomassem conta deste(s) meu(s) cantinho(s) da blogos-fera, e nunca mais ninguém decidisse parar e fazer-me uma visita.
Publicar porquê?
Rapidamente cheguei à conclusão que tinha que mostrar a alguém o que escrevia, senão não valeria a pena; senão, não haveria nada que me obrigasse a pensar e a esforçar-me para fazer algo com pés e cabeça. Mostrar a quem? Ora, para que servem os amigos, senão para serem melgados?
Depois, apercebi-me que havia um bónus, no meio disto tudo. Havia quem respondesse (nesses tempos idos, era por e-mail). Havia quem se desse ao trabalho de dizer que tinha gostado muito, de concordar com o que eu havia escrito, ou de apresentar um ponto de vista diferente, por vezes completamente oposto. Havia, de facto, quem se desse ao trabalho de ler o que eu escrevia, e se sentisse motivado a pensar sobre o assunto, e a escrever algo, a responder.
Apercebi-me que aprendia algo com isto tudo; apercebi-me que ficava a conhecer melhor algumas destas pessoas; apercebi-me que tinha amigos masoquistas.
Mas, hoje que penso nisso, creio que deveria ter começado com um ritmo menor. Um texto por dia, ainda por cima com a dimensão destes, era um exagero. Mas a verdade é que sentia-me envolvido num threesome com a Inspiração e a Imaginação, and there was no stopping me.
De qualquer forma, tenho que dar os parabéns ao pessoal que ainda conseguiu acompanhar esse ritmo durante muitas semanas. Imagino a luta desesperada que não deve ter sido para limparem as suas mailboxes, invadidas diariamente por aqueles mails do Demo, longos como listas de nomeações de amigos de um governo recém-eleito.
Depois, veio a mudança de casa. E o tempo começou a escassear. E tomei uma decisão - passar a publicar apenas três textos por semana. O pessoal agradeceu o descanso. A Batalha pelo Controle da Mailbox ficava agora mais fácil.
Desde muito cedo que os amigos começaram a aperceber-se do massacre que ameaçava as suas mailboxes, e sugeriram uma estratégia que lhes desse um pouco de paz. As frases "Porque é que não crias um blog?" e "Epa, isso devia era estar num blog" começaram a surgir; primeiro, insinuantes, como gajas que até sabem o que querem, mas não querem abrir o jogo, e tocam-me na coxa, afagam-me o cabelo, passam-me a mão na face (ah, e queixam-se por eu não tomar a iniciativa e abrir o jogo); depois, vendo que nada disso funcionava, passaram para a fase em que tiraram a roupa e se sentaram em cima de mim (enquanto se queixavam que estes gajos hoje em dia são uns bananas, que não têm iniciativa nenhuma, não fazem naaaaaaai! Oh, isso!! Sim!! Aí mesmo!!! Etc!!! Etc!!! Etc!!!!).
Bem, eu posso ser um bocadito tapado, mas ainda consigo apanhar algumas subtilezas. Decidi lançar-me nos blogs.
Dei o primeiro passo aqui ao lado, no blog de um amigo chamado "O Inconformado" (o blog, não o amigo). Algum tempo depois, criei este blog, e deixei em paz a mailbox da esmagadora maioria do pessoal, excepção feita a alguns que me pediram para continuar a enviar os mails.
Mergulhei de cabeça nesta coisa do blog. Não fazia a mínima ideia de quais as regras disto, nem qual a etiqueta, qual o comportamento esperado. Passado pouco tempo, já tinha criado mais dois.
Tenho que admitir que gostei. É muito fixe, isto de aparecer alguém que não conhecemos de lado nenhum e começarmos a "falar" na boa. Admito que, na VR (Vida Real), é algo que nem sempre consigo fazer. Como cantou o Paul, "I'm not the kind of man who tends to socialize".
Com o tempo, aprendi que existem, de facto, regras. Aprendi também que é mais um caso em que não vale a pena pensar muito nelas, até porque não serei o único a ignorar uma ou outra. Também aprendi que anda para aí pessoal preocupado com quem cumpre ou não as regras, e acho muito bem. Cada um de nós tem que arranjar algo com que ocupar o tempo.
Basicamente, decidi guiar-me pelas seguintes regras:
1. Escrever porque gosto.
2. Escrever sempre que me baterem a Imaginação e/ou a Inspiração. Yeah, I love a bit of a spanking... so what?
3. Publicar para conhecer e aprender. Para engatar? Epa, não sei... mesmo por escrito, não tenho jeitinho nenhum para o assunto... mas sempre me sinto mais à vontade do que andando a correr bares e discotecas, isso é verdade.
4. Comentar sempre que tiver algo para dizer. Seja no meu blog, seja no dos outros. Se não tiver tempo para o fazer na altura, não digo nada, e volto lá mais tarde.
Basicamente, that's it. A experiência está de boa saúde, e recomenda-se. Antes de mais, pelo pessoal que vou conhecendo por aqui. Deixo um grande "Obrigado" a todos vocês, que param por aqui para visitar esta minha casa, que também é vossa. I've said it before, and I'll say it again - mi casa es tu casa.
E agora, acerca do shifting gears...
O escritório já começa a parecer uma divisão de uma casa, perdendo pouco a pouco as semelhanças com um terreno abandonado onde a malta vai deitando tralha. Milagre dos milagres, a secretária está arrumada. Nunca pensei que o conseguisse. Já só tenho um resquício de confusão no chão, mas isso despacha-se numa horita ou duas.
Mas o mais importante - o PC com o software de música está novamente operacional, e está na altura de limpar as teias de aranha do teclado MIDI. As guitarras, essas não estão com teias de aranha, mas já há algum tempo que se queixam, têm saudades de gravar alguma coisa. E eu também. A última música que fiz foi em 2004, e já sintao a falta de um bom ritmo de guitarra apoiado numa secção de cordas - os violoncelos apoiam o baixo, os violinos dançam à volta da guitarra. Está na altura de atacar novamente.
Ontem, enquanto arrumava o escritório, estive a ouvir Cinderella (sim, Miguel, por tua culpa) e DAD e vieram-me umas ideias muito fixes à carola. Até já tirei o wah-wah da caixa e tudo. Nada como aquela merda para fazer a guitarra gritar.
Portanto, vou alterar novamente o meu ritmo. O objectivo do "Bon Coeur" baixa de três posts semanais para dois. Não quer dizer que não coloque mais, se as sessões de spanking forem particularmente produtivas, mas este será o objectivo.
O "Serei Breve" mantém-se como está. O "À Volta da Lareira" continua em pausa, até final de Agosto.
Obrigado a todos. Pela contribuição, pela força, pelo carinho, pela amizade... por tudo o que recebi desde que decidi começar a escrever. Mas, acima de tudo, por existirem, pois a minha vida seria uma merda sem vocês.
Antes de mais, começou por uma questão terapêutica. Algo para ocupar o tempo, para manter afastadas as ideias tristes. Depois, tomei-lhe o gosto. Agora, não me imagino a parar, mesmo que as teias de aranha tomassem conta deste(s) meu(s) cantinho(s) da blogos-fera, e nunca mais ninguém decidisse parar e fazer-me uma visita.
Publicar porquê?
Rapidamente cheguei à conclusão que tinha que mostrar a alguém o que escrevia, senão não valeria a pena; senão, não haveria nada que me obrigasse a pensar e a esforçar-me para fazer algo com pés e cabeça. Mostrar a quem? Ora, para que servem os amigos, senão para serem melgados?
Depois, apercebi-me que havia um bónus, no meio disto tudo. Havia quem respondesse (nesses tempos idos, era por e-mail). Havia quem se desse ao trabalho de dizer que tinha gostado muito, de concordar com o que eu havia escrito, ou de apresentar um ponto de vista diferente, por vezes completamente oposto. Havia, de facto, quem se desse ao trabalho de ler o que eu escrevia, e se sentisse motivado a pensar sobre o assunto, e a escrever algo, a responder.
Apercebi-me que aprendia algo com isto tudo; apercebi-me que ficava a conhecer melhor algumas destas pessoas; apercebi-me que tinha amigos masoquistas.
Mas, hoje que penso nisso, creio que deveria ter começado com um ritmo menor. Um texto por dia, ainda por cima com a dimensão destes, era um exagero. Mas a verdade é que sentia-me envolvido num threesome com a Inspiração e a Imaginação, and there was no stopping me.
De qualquer forma, tenho que dar os parabéns ao pessoal que ainda conseguiu acompanhar esse ritmo durante muitas semanas. Imagino a luta desesperada que não deve ter sido para limparem as suas mailboxes, invadidas diariamente por aqueles mails do Demo, longos como listas de nomeações de amigos de um governo recém-eleito.
Depois, veio a mudança de casa. E o tempo começou a escassear. E tomei uma decisão - passar a publicar apenas três textos por semana. O pessoal agradeceu o descanso. A Batalha pelo Controle da Mailbox ficava agora mais fácil.
Desde muito cedo que os amigos começaram a aperceber-se do massacre que ameaçava as suas mailboxes, e sugeriram uma estratégia que lhes desse um pouco de paz. As frases "Porque é que não crias um blog?" e "Epa, isso devia era estar num blog" começaram a surgir; primeiro, insinuantes, como gajas que até sabem o que querem, mas não querem abrir o jogo, e tocam-me na coxa, afagam-me o cabelo, passam-me a mão na face (ah, e queixam-se por eu não tomar a iniciativa e abrir o jogo); depois, vendo que nada disso funcionava, passaram para a fase em que tiraram a roupa e se sentaram em cima de mim (enquanto se queixavam que estes gajos hoje em dia são uns bananas, que não têm iniciativa nenhuma, não fazem naaaaaaai! Oh, isso!! Sim!! Aí mesmo!!! Etc!!! Etc!!! Etc!!!!).
Bem, eu posso ser um bocadito tapado, mas ainda consigo apanhar algumas subtilezas. Decidi lançar-me nos blogs.
Dei o primeiro passo aqui ao lado, no blog de um amigo chamado "O Inconformado" (o blog, não o amigo). Algum tempo depois, criei este blog, e deixei em paz a mailbox da esmagadora maioria do pessoal, excepção feita a alguns que me pediram para continuar a enviar os mails.
Mergulhei de cabeça nesta coisa do blog. Não fazia a mínima ideia de quais as regras disto, nem qual a etiqueta, qual o comportamento esperado. Passado pouco tempo, já tinha criado mais dois.
Tenho que admitir que gostei. É muito fixe, isto de aparecer alguém que não conhecemos de lado nenhum e começarmos a "falar" na boa. Admito que, na VR (Vida Real), é algo que nem sempre consigo fazer. Como cantou o Paul, "I'm not the kind of man who tends to socialize".
Com o tempo, aprendi que existem, de facto, regras. Aprendi também que é mais um caso em que não vale a pena pensar muito nelas, até porque não serei o único a ignorar uma ou outra. Também aprendi que anda para aí pessoal preocupado com quem cumpre ou não as regras, e acho muito bem. Cada um de nós tem que arranjar algo com que ocupar o tempo.
Basicamente, decidi guiar-me pelas seguintes regras:
1. Escrever porque gosto.
2. Escrever sempre que me baterem a Imaginação e/ou a Inspiração. Yeah, I love a bit of a spanking... so what?
3. Publicar para conhecer e aprender. Para engatar? Epa, não sei... mesmo por escrito, não tenho jeitinho nenhum para o assunto... mas sempre me sinto mais à vontade do que andando a correr bares e discotecas, isso é verdade.
4. Comentar sempre que tiver algo para dizer. Seja no meu blog, seja no dos outros. Se não tiver tempo para o fazer na altura, não digo nada, e volto lá mais tarde.
Basicamente, that's it. A experiência está de boa saúde, e recomenda-se. Antes de mais, pelo pessoal que vou conhecendo por aqui. Deixo um grande "Obrigado" a todos vocês, que param por aqui para visitar esta minha casa, que também é vossa. I've said it before, and I'll say it again - mi casa es tu casa.
E agora, acerca do shifting gears...
O escritório já começa a parecer uma divisão de uma casa, perdendo pouco a pouco as semelhanças com um terreno abandonado onde a malta vai deitando tralha. Milagre dos milagres, a secretária está arrumada. Nunca pensei que o conseguisse. Já só tenho um resquício de confusão no chão, mas isso despacha-se numa horita ou duas.
Mas o mais importante - o PC com o software de música está novamente operacional, e está na altura de limpar as teias de aranha do teclado MIDI. As guitarras, essas não estão com teias de aranha, mas já há algum tempo que se queixam, têm saudades de gravar alguma coisa. E eu também. A última música que fiz foi em 2004, e já sintao a falta de um bom ritmo de guitarra apoiado numa secção de cordas - os violoncelos apoiam o baixo, os violinos dançam à volta da guitarra. Está na altura de atacar novamente.
Ontem, enquanto arrumava o escritório, estive a ouvir Cinderella (sim, Miguel, por tua culpa) e DAD e vieram-me umas ideias muito fixes à carola. Até já tirei o wah-wah da caixa e tudo. Nada como aquela merda para fazer a guitarra gritar.
Portanto, vou alterar novamente o meu ritmo. O objectivo do "Bon Coeur" baixa de três posts semanais para dois. Não quer dizer que não coloque mais, se as sessões de spanking forem particularmente produtivas, mas este será o objectivo.
O "Serei Breve" mantém-se como está. O "À Volta da Lareira" continua em pausa, até final de Agosto.
Obrigado a todos. Pela contribuição, pela força, pelo carinho, pela amizade... por tudo o que recebi desde que decidi começar a escrever. Mas, acima de tudo, por existirem, pois a minha vida seria uma merda sem vocês.
6 Comments:
E ainda bem que decidiste partilhar a tua escrita com o resto do mundo.
Eu pelo menos continuarei a visitar "su casa" :-) .
Hallo, Raquel.
Bigado. Aparece, q és sempre bem vinda. Às vezes, a porta está aberta; outras, esqueço-me e fecho-a, mas há uma chave debaixo do tapete :)
Estás à vontade.
Concordo com a Raquel...gosto de te ler :)
Bigado, Selene :)
Por mim, posso dizer q é um enorme prazer ser lido.
:*
Por mim, é só continuares a escrever :)
giro, como tudo gira assim em torno e faz um sentido incrivel, sorri ao reler o texto da A.
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