Deve ser complicado ser mulher...
Data original: 2005-07-25
Quando um homem aprecia uma mulher, existe um conjunto de características que, invariavelmente, lhe atraem o olhar - coxas (ou, num sentido mais lato, pernas), ancas (complementadas com a cintura), rabo, mamas... existem outros pontos de interesse, claro (os olhos, os lábios, o nariz, o pescoço, a nuca), mas estes são os mais universais. Bom, e perguntam vocês, "E depois? Qual é a novidade?"
Bem, a novidade é que este weekend ocorreu-me que as mulheres têm, realmente, uma vida mais complicada. Imaginemos a seguinte situação...
---
Chico Zé sentia-se a flutuar. Estava deitado de peito na cama, e estava a fazer todos os esforços para não se mexer, com medo de perturbar essa sensação maravilhosa. Era Verão, e as janelas estavam abertas, para combater o calor. A corrente de ar arrefecia-lhe o suor espalhado pelo corpo, percorrendo-o de arrepios de alto a baixo, que pontuavam esse flutuar divinal.
Maria Albertina estava deitada ao seu lado, e roçava levemente o seu braço no dele. Ela tinha uma leve penugem nos braços - não chegava realmente a merecer o nome de "pêlos" - e sabia como utilizá-la; Chico Zé sentia essa penugem tocar ao de leve nos pêlos do seu braço, como uma carícia etérea, que lhe provocava uma sensação que estava muito além de meras palavras.
- Estás bem? - perguntou-lhe ela.
- Hmmmm... - o gemido de resposta não deixava qualquer dúvida.
Na posição em que estava, Chico Zé não conseguia ver os olhos castanhos de Maria Albertina. Se conseguisse, teria ficado imediatamente alarmado, pois esses olhos exibiram, subitamente, o brilho que lhes era habitual quando ela decidia que estava na altura de puxar um pouco mais por ele.
- Querido...?
- Hmm...?
- O que é que te atraíu em mim?
- Hmmm...??
- Quando me viste, o que é que te despertou a atenção?
- Os teus olhos e as tuas mamas... não necessariamente por esta ordem - respondeu Chico Zé. Por um lado, sentia-se demasiado extasiado para mentir; por outro, Maria Albertina conhecia-o demasiado bem para ele lhe dizer as balelas que costumava dizer às mulheres, como p. ex., "O teu sorriso. Lembro-me perfeitamente que o dia me estava a correr pessimamente, e foi o teu sorriso que me salvou o dia. Acreditas que quando te vi, foi a primeira vez que sorri naquele dia? Foi o destino". Enfim, aquels patranhas à filme de Hollywood, que elas tanto gostam de ouvir.
Maria Albertina sorriu. Não que fosse excessivamente vaidosa, mas tinha um certo orgulho nos seus peitos... e no resto do seu corpo, que muito trabalho lhe dava a manter.
- E tu...? - perguntou Chico Zé, que - ainda a curtir a "pedrada hormonal" - se imaginava como um planador a percorrer os céus, numa total liberdade.
Maria Albertina queria continuar com a conversa que lhe tinha vindo à ideia, mas achou que era justo responder à pergunta dele.
- O que é me despertou a atenção?
- Simmm...
- As tuas costas em "V".
Ouviu-se uma explosão. Chico Zé olhou para o solo, e viu que estava pejado de baterias anti-aéras, manejadas pelas criaturas mais estranhas que ele alguma vez havia visto - das suas cinturas saíam dois troncos, formando um "V", cada tronco com uma cabeça e dois braços. Chico Zé olhou para a sua asa esquerda, e viu que o seu motor estava em chamas; nem lhe passou pela cabeça perguntar o que raio fazia um motor na asa de um planador. Começou a perder altitude, e sabia que se ia despenhar... em poucos segundos embateu violentamente contra o solo, e derrapou por dezenas de metros, até se imobilizar junto a uma estátua de Vénus, com braços e com umas mamas lindas - um pouco maiores que o normal para as estátuas de Vénus do período Clássico.
- Desculpa??!!
Maria Albertina apercebeu-se imediatamente pelo tom dele - e pelo facto de ele se ter levantado - que algo se tinha perdido na mensagem. Chico Zé estava agora de pé, em frente ao espelho, a tentar ver as suas costas.
- O que é que as minhas costas têm de "V"?
- Não é nada de errado. Foi um elogio. Só quis dizer é que tens os ombro largos, e tens umas costas bem feitas, tens uns quartos traseiros bonitos.
Chico Zé começou a ficar seriamente preocupado. Uns "quartos traseiros"? Aquilo parecia uma aula de Biologia. Será que ela queria fazer outra vez a brincadeira de professora/aluno que tinham experimentado há duas semanas? Não, se fosse isso, tinham ido buscar a bata, o uniforme escolar, a carteira de liceu, o chantilly e a tabuada.
Maria Albertina apercebeu-se pelo olhar que ele lhe lançou que não valia a pena continuar. Se ela lhe elogiasse os bicípetes ou os inter-costais, a situação só iria piorar...
- Estou a brincar contigo. - disse ela, rindo-se - O que me chamou a atenção em ti foi esse teu rabo giro.
- Ah... OK. - respondeu Chico Zé, com um sorriso de alívio, deixando-se cair na cama - Que raio de brincadeira. Parva... - acrescentou em tom de brincadeira, e beijou-a.
---
Portanto, minhas caras, tudo isto é só para vos dizer que compreendo o vosso drama. E sei que nunca haverá verdadeira igualdade entre os sexos enquanto vocês tiverem que utilizar estes termos desajeitados para demonstrarem a vossa aprovação pelo nosso físico.
Para aquelas de vocês que acham que estes termos até têm piada, aconselho um estudo mais aprofundado, de forma a poderem utilizar pérolas como "Já viram aquele tipo? Tinha uns belos glúteos" ou "Um pescoço forte, com um esternoclidomastoideu bem definido" :)
Good luck, Janes!
Quando um homem aprecia uma mulher, existe um conjunto de características que, invariavelmente, lhe atraem o olhar - coxas (ou, num sentido mais lato, pernas), ancas (complementadas com a cintura), rabo, mamas... existem outros pontos de interesse, claro (os olhos, os lábios, o nariz, o pescoço, a nuca), mas estes são os mais universais. Bom, e perguntam vocês, "E depois? Qual é a novidade?"
Bem, a novidade é que este weekend ocorreu-me que as mulheres têm, realmente, uma vida mais complicada. Imaginemos a seguinte situação...
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Chico Zé sentia-se a flutuar. Estava deitado de peito na cama, e estava a fazer todos os esforços para não se mexer, com medo de perturbar essa sensação maravilhosa. Era Verão, e as janelas estavam abertas, para combater o calor. A corrente de ar arrefecia-lhe o suor espalhado pelo corpo, percorrendo-o de arrepios de alto a baixo, que pontuavam esse flutuar divinal.
Maria Albertina estava deitada ao seu lado, e roçava levemente o seu braço no dele. Ela tinha uma leve penugem nos braços - não chegava realmente a merecer o nome de "pêlos" - e sabia como utilizá-la; Chico Zé sentia essa penugem tocar ao de leve nos pêlos do seu braço, como uma carícia etérea, que lhe provocava uma sensação que estava muito além de meras palavras.
- Estás bem? - perguntou-lhe ela.
- Hmmmm... - o gemido de resposta não deixava qualquer dúvida.
Na posição em que estava, Chico Zé não conseguia ver os olhos castanhos de Maria Albertina. Se conseguisse, teria ficado imediatamente alarmado, pois esses olhos exibiram, subitamente, o brilho que lhes era habitual quando ela decidia que estava na altura de puxar um pouco mais por ele.
- Querido...?
- Hmm...?
- O que é que te atraíu em mim?
- Hmmm...??
- Quando me viste, o que é que te despertou a atenção?
- Os teus olhos e as tuas mamas... não necessariamente por esta ordem - respondeu Chico Zé. Por um lado, sentia-se demasiado extasiado para mentir; por outro, Maria Albertina conhecia-o demasiado bem para ele lhe dizer as balelas que costumava dizer às mulheres, como p. ex., "O teu sorriso. Lembro-me perfeitamente que o dia me estava a correr pessimamente, e foi o teu sorriso que me salvou o dia. Acreditas que quando te vi, foi a primeira vez que sorri naquele dia? Foi o destino". Enfim, aquels patranhas à filme de Hollywood, que elas tanto gostam de ouvir.
Maria Albertina sorriu. Não que fosse excessivamente vaidosa, mas tinha um certo orgulho nos seus peitos... e no resto do seu corpo, que muito trabalho lhe dava a manter.
- E tu...? - perguntou Chico Zé, que - ainda a curtir a "pedrada hormonal" - se imaginava como um planador a percorrer os céus, numa total liberdade.
Maria Albertina queria continuar com a conversa que lhe tinha vindo à ideia, mas achou que era justo responder à pergunta dele.
- O que é me despertou a atenção?
- Simmm...
- As tuas costas em "V".
Ouviu-se uma explosão. Chico Zé olhou para o solo, e viu que estava pejado de baterias anti-aéras, manejadas pelas criaturas mais estranhas que ele alguma vez havia visto - das suas cinturas saíam dois troncos, formando um "V", cada tronco com uma cabeça e dois braços. Chico Zé olhou para a sua asa esquerda, e viu que o seu motor estava em chamas; nem lhe passou pela cabeça perguntar o que raio fazia um motor na asa de um planador. Começou a perder altitude, e sabia que se ia despenhar... em poucos segundos embateu violentamente contra o solo, e derrapou por dezenas de metros, até se imobilizar junto a uma estátua de Vénus, com braços e com umas mamas lindas - um pouco maiores que o normal para as estátuas de Vénus do período Clássico.
- Desculpa??!!
Maria Albertina apercebeu-se imediatamente pelo tom dele - e pelo facto de ele se ter levantado - que algo se tinha perdido na mensagem. Chico Zé estava agora de pé, em frente ao espelho, a tentar ver as suas costas.
- O que é que as minhas costas têm de "V"?
- Não é nada de errado. Foi um elogio. Só quis dizer é que tens os ombro largos, e tens umas costas bem feitas, tens uns quartos traseiros bonitos.
Chico Zé começou a ficar seriamente preocupado. Uns "quartos traseiros"? Aquilo parecia uma aula de Biologia. Será que ela queria fazer outra vez a brincadeira de professora/aluno que tinham experimentado há duas semanas? Não, se fosse isso, tinham ido buscar a bata, o uniforme escolar, a carteira de liceu, o chantilly e a tabuada.
Maria Albertina apercebeu-se pelo olhar que ele lhe lançou que não valia a pena continuar. Se ela lhe elogiasse os bicípetes ou os inter-costais, a situação só iria piorar...
- Estou a brincar contigo. - disse ela, rindo-se - O que me chamou a atenção em ti foi esse teu rabo giro.
- Ah... OK. - respondeu Chico Zé, com um sorriso de alívio, deixando-se cair na cama - Que raio de brincadeira. Parva... - acrescentou em tom de brincadeira, e beijou-a.
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Portanto, minhas caras, tudo isto é só para vos dizer que compreendo o vosso drama. E sei que nunca haverá verdadeira igualdade entre os sexos enquanto vocês tiverem que utilizar estes termos desajeitados para demonstrarem a vossa aprovação pelo nosso físico.
Para aquelas de vocês que acham que estes termos até têm piada, aconselho um estudo mais aprofundado, de forma a poderem utilizar pérolas como "Já viram aquele tipo? Tinha uns belos glúteos" ou "Um pescoço forte, com um esternoclidomastoideu bem definido" :)
Good luck, Janes!
14 Comments:
Termos desajeitados, ou não, não existe nada mais belo para uma gaja do que uns gluteus maximus durinhos, durinhos. Para não falar nuns adutores rijos e naquele vasto externo saliente e carnudinho. Loucura é mesmo um recto abdominal de aço com a linha alba a ver-se interrompida apenas pela covinha do umbigo e obviamente uns oblíquos externos vertiginosos... não dá para continuar...tanta dureza arruma com uma tipa
Um rabo é um rabo. Não sei porque a maior parte das mulheres não admite que se olha para o rabo, ou para a parte da frente do mesmo. E até cora quando é apanhada a fazê-lo.
Sim eu sei, os olhos, as mãos, os braços whatever é muito mais correcto politicamente, e nós temos séculos de pressões culturais nas nossas costas em V. :) Quit the crap!
Olho 1º para a cara, inquestionavelmente, depois para o conjunto todo, respectiva parte da frente e ospóis, se a pessoa se virar, olho para o rabo.Olho para tudo a que tenho direito e merece ser olhado:D
E ospóis?
Bem eu olho para tudo mas confesso que adoro olhar para um belo rabo de mulher. Se bem que as barriguinhas e os seios quase desnudados por vezes captam-me o olhar. É assim.
Penso que hoje me dia as mulheres fazem o mesmo.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Os homens na sua grande maioria são redutores. Mamas, rabo e pernas. No que concerne ao físico, claro está. No resto, têm também a sua quota parte de exigência. Eeu acho bem.
As mulheres são mais diferentes entre si, mas umas eternas românticas.
No que me diz respeito, eu gosto muito de homens, nos seus aspectos gerais. Numa primeira abordagem, surpreende-me algum espírito acutilante, o olhar, as palavras.
Gosto tremendamente de homens, acho-os deliciosos. Gosto do todo.
A sensualidade num homem pode variar desde o humor até à epressão corporal. Qtos homens bonitos não existem por aí sem a mínima noção de charme?
Um aspecto físico pelo qual é-me difícil - quase impossível - não me apaixonar: a voz. Um homem com uma voz bonita é tudo para mim.
:)
ai, homens... homens... tantos...
Beijos (bom post, Llyrnion)
Jane,
Adutores?? Externo?? Recto abdominal??
I rest my case :)
Skin,
Bem dito. Apesar de hj em dia já n ser tanto assim.
Sea,
Nada, amiga. Estás no teu direito. Continua a fazê-lo :)
Nuno,
Exactamente, é essa a ideia q tenho tb.
A,
Olha q nem tanto. Esses pontos são os pontos comuns, mas depois há homens q encontram outros pontos físicos de interesse numa mulher.
"Eternas românticas"... nem me fales nisso. Estou a ler um livro q ofereci à minha irmã, "Diário da Tua Ausência"... Jejúje! Sim, já pensei assim... já senti mt daquilo q ali está escrito... foi numa fase complicada da minha vida... chamava-se adolescência.
Se aquilo é, realmente, um retrato fiel do q se passa pela vossa cabeça, então bem posso fazer outro post com o título deste, mas por motivos completamente diferentes.
É muuuuito complicado ser mulher, mas é taaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaão boooom... ;)
no fundo é na jeitinho da complicação que também existe aquele Q, um homem se quiser tem muito para oferecer, está lá tudo basta utilizar com senso, muito senso.
Dass... o meu conceito de romantismo e de mulher romântica não tem nada a ver com esses floreados e pérolas da dita best-selleridade portuguesa.
PORRA!
Isso é quase uma ofensa...
1º porque falava no romantismo duma forma generalizada entre as mulheres, que fazem sempre muito mais filmes. Dizem "sim" qdo querem dizer "não" , "talvez" qdo querem dizer "sim" e por aí fora.
Duma forma geral, repito, é assim.
E claro, os tais filmes. Sim, ou as meninas que andam por aqui não contam os segredinhos todos às amigas? CONTAMOS quase tudo, admitam porra!
Os homens nisso são muito mais simples, e eu admiro essa simplicidade. Falam de bola, de gajas, de tudo, também falam de amor, também são pessoas, apenas não fazem aquilo que NÓS fazemos, que é ir a correr para o pé da amiga contar a nossa infelicidade e a nossa alegria.
Ok, eu até gosto de contar as coisas a amigos, gajos, homens, mas isso sou eu... :)
Quem é o melhor amigo do homem? O cão.
E da mulher? O gay!!!!
lol
Beijos, Llyrnion
Hallo, inbluesy, welcome.
senso, muito senso.
Bem, senso... e sensualidade, suponho ;)
Hum... olha, aí está um romance para o Séc. XXI - "Sensualidade e Bom Senso" :D
"PORRA! Isso é quase uma ofensa..."
Sorry, my bad :)
Eu retiro o q disse, se tu prometeres q pousas o cinzeiro de mármore outra vez na mesa. Deal? :D
"1º porque falava no romantismo duma forma generalizada entre as mulheres, que fazem sempre muito mais filmes. Dizem "sim" qdo querem dizer "não" , "talvez" qdo querem dizer "sim" e por aí fora"
OK. O q tu chamas "romantismo", eu chamo "subtileza"... qd estou de bom humor :)
Sim, na dualidade entre as "confidências" no universo gajas vs. gajos, creio q tens razão. Nunca assisti a uma dessas tórridas conversas de gajas (por motivos óbvios - nunca encontrei um sítio onde me pudesse esconder para ouvir a conversa), mas já são várias as que me confirmam a "torricidade" das mesmas :)
Nós, muitas vezes, só contamos aos nossos amigos q temos alguém novo qd temos q explicar pq nos vamos baldar à petiscada semanal, ou qd dizemos q vamos levar companhia para a petiscada semanal.
"Quem é o melhor amigo do homem? O cão.
E da mulher? O gay!!!!"
Esta deixa-me preocupado. É q existe uma mulher acerca da qual posso afirmar com td a certeza q sou o seu melhor amigo, e existem outras duas em q sou um sério candidato ao título (uma é casada, portanto o título seria "melhor amigo, exceptuando o marido"),
E agora??? Serei gay??? Mas... mas... eu até nem gosto de rodeos... :D
Um gd :*, a!
mm actualmente... acho que é tão complicado ser mulher, do que homem!
até já ouço os meus amigos a falar de cremes e tal!
agora isso do chamar a atenção... é sempre o físico, excepto quando não é.
eu nos homens é: ombros, boca, dentes, lábios, cara, braços e rabo... se o resto for bom a acompanhar... melhor ainda... agora não é isto que prende ninguém... ou que nos faz ficar... isso, tenho a certeza.
por isso é que não se fica.
Hallo, Poca. Welcome.
Sim, os cremes. Tb já tive q gramar com isso, e hei-de ter q o fazer again. N por uma questão de estética, mas sim por uma questão de saúde, q está sempre antes de td o resto.
Qt ao físico... sim, é o q chama a atenção da maioria das pessoas. Enfim, we all want something beautiful, and all that jazz :)
É verdade q n é o q faz ficar... mas, para a esmagadora maioria, se n houver isso, nem sequer se chega a tentar.
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